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O perfil das Regionais
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

O perfil das Regionais

Tipo Opinião
Eudoro Santana segue em função estratégica (Foto: DEIVYSON TEIXEIRA 15/4/2014)
Foto: DEIVYSON TEIXEIRA 15/4/2014 Eudoro Santana segue em função estratégica

As secretarias executivas regionais foram não só uma boa ideia como um caminho irreversível numa cidade como Fortaleza. A nova divisão em unidades menores faz sentido. Havia regionais maiores que grande parte das cidades. A Regional VI, por exemplo, não fazia sentido como subdivisão administrativa. Ter unidades menores é racional do ponto de vista da gestão. A promessa é de não gerar gasto extra, coisa que se terá de ver na prática. É fato, igualmente, que o número de cargos de secretários regionais saltou de sete para doze. É conveniente para quem tem uma grande aliança. Ontem, o prefeito José Sarto (PDT) terminou a escolha da equipe — a mais demorada na história das Regionais até hoje. Agora, afinal, é mais gente.

Prefeito Sarto Nogueira concluiu formação do secretariado
Foto: Aurelio Alves
Prefeito Sarto Nogueira concluiu formação do secretariado

A forma como as regionais funcionam já mudou bastante. O fato é que, 24 anos após a idealização, elas nunca funcionaram realmente bem. Já se tentou bastante coisa. A implantação, por Juraci Magalhães, foi muito complicada. Seriam quase pequenas prefeituras, com muita autonomia. Com isso, acabaram Secretaria Municipal de Educação e Secretaria de Saúde. Havia os distritos de educação e distritos de saúde em cada Regional. E havia uma secretaria de Desenvolvimento Social que dava assessoria aos distritos nas Regionais. A cidade acabava tendo várias políticas diferentes, o que vem a ser política nenhuma. No fim do governo, alguém percebeu que não era boa ideia não ter Secretaria de Educação e Secretaria de Saúde e as pastas foram recriadas.

Luizianne Lins mudou das regionais
Foto: Tarcísio Aquino/divulgação
Luizianne Lins mudou das regionais
Luizianne Lins (PT) fez o contrário de Juraci. Ela procurou blindar as secretarias temáticas de indicações de outros partidos. Eram praticamente indicações do PT e alguns nomes do PSB, aliado desde quando nem o PT a apoiava. E nas regionais colocou os outros partidos. Mas deu pouca autonomia, ou tentou. Secretários se queixavam de centralização no gabinete. Achavam que não havia confiança neles e que as coisas emperravam. No segundo governo, Luizianne mudou um pouco o perfil da equipe. Abriu mais espaços para aliados nas pastas temáticas e teve nas regionais nomes menos políticos-raiz.

Roberto Cláudio, quando assumiu, apostou em outro estilo. Nas pastas temáticas, colocou muitos políticos. Nas Regionais, disse que a opção era por técnicos. Alguns, ele falou que conheceu na véspera. A ideia era ter executores na ponta. Mais para frente, o perfil mudou e os políticos ganharam bastante espaço.

Dos vários caminhos, das Regionais superpoderosas à centralização, dos políticos aos técnicos, nenhum modelo foi absolutamente bem sucedido. Sempre houve experiências mais exitosas em algumas regiões da cidade e menos em outras. Isso, claro, passa pela competência do gestor, mais que do perfil, pela complexidade da região de Fortaleza. E pela prioridade que a administração dá ou não dá àquele pedaço do Município.

Na equipe de Sarto há de tudo. Até o coronel da Polícia Militar Túlio Studart, primeiro comandante do Ronda do Quarteirão. Partidos estão bem contemplados. Algumas indicações são de gente com experiência e formação. Outros não têm capacitação pública conhecida além de fazer política e têm muita cara de acomodação de derrotados ou abrir vaga para suplentes. Até para indicar aliado para cargo há de se ter competência.

Substituído por Élcio no Iplanfor, Eudoro Santana assume cargo na Copifor
Foto: Deísa Garcêz/Especial para O Povo
Substituído por Élcio no Iplanfor, Eudoro Santana assume cargo na Copifor

Eudoro sai do planejamento à execução

O ex-deputado Eudoro Santana segue na Prefeitura, mas com outro papel. Deixa o Instituto de Planejamento (Iplanfor), que ele foi responsável por organizar e no qual tocou o plano Fortaleza 2040, de planejamento de longo prazo. Vai para a Coordenadoria Especial de Programas Integrados (Copifor). O órgão é responsável por coordenar as ações que envolvem mais de uma secretaria. Gerencia os grandes projetos da Prefeitura.

Eudoro sai do planejamento de longo prazo e vai para um órgão responsável por supervisionar e coordenar a execução. O pai do governador Camilo Santana (PT) será o coordenador especial. Na coordenação geral está Manuela Nogueira, que substituiu Samuel Dias na Secretaria da Infraestrutura no segundo mandato de Roberto Cláudio, quando Dias virou secretário de Governo.

Ter Manuela e Eudoro nessa coordenação é bastante interessante. Eles conhecem os grandes projetos e acompanharam o começo de iniciativas que trabalharão para terminar.

Foto do Érico Firmo

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