Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
As secretarias executivas regionais foram não só uma boa ideia como um caminho irreversível numa cidade como Fortaleza. A nova divisão em unidades menores faz sentido. Havia regionais maiores que grande parte das cidades. A Regional VI, por exemplo, não fazia sentido como subdivisão administrativa. Ter unidades menores é racional do ponto de vista da gestão. A promessa é de não gerar gasto extra, coisa que se terá de ver na prática. É fato, igualmente, que o número de cargos de secretários regionais saltou de sete para doze. É conveniente para quem tem uma grande aliança. Ontem, o prefeito José Sarto (PDT) terminou a escolha da equipe — a mais demorada na história das Regionais até hoje. Agora, afinal, é mais gente.
A forma como as regionais funcionam já mudou bastante. O fato é que, 24 anos após a idealização, elas nunca funcionaram realmente bem. Já se tentou bastante coisa. A implantação, por Juraci Magalhães, foi muito complicada. Seriam quase pequenas prefeituras, com muita autonomia. Com isso, acabaram Secretaria Municipal de Educação e Secretaria de Saúde. Havia os distritos de educação e distritos de saúde em cada Regional. E havia uma secretaria de Desenvolvimento Social que dava assessoria aos distritos nas Regionais. A cidade acabava tendo várias políticas diferentes, o que vem a ser política nenhuma. No fim do governo, alguém percebeu que não era boa ideia não ter Secretaria de Educação e Secretaria de Saúde e as pastas foram recriadas.
Luizianne Lins (PT) fez o contrário de Juraci. Ela procurou blindar as secretarias temáticas de indicações de outros partidos. Eram praticamente indicações do PT e alguns nomes do PSB, aliado desde quando nem o PT a apoiava. E nas regionais colocou os outros partidos. Mas deu pouca autonomia, ou tentou. Secretários se queixavam de centralização no gabinete. Achavam que não havia confiança neles e que as coisas emperravam. No segundo governo, Luizianne mudou um pouco o perfil da equipe. Abriu mais espaços para aliados nas pastas temáticas e teve nas regionais nomes menos políticos-raiz.
Roberto Cláudio, quando assumiu, apostou em outro estilo. Nas pastas temáticas, colocou muitos políticos. Nas Regionais, disse que a opção era por técnicos. Alguns, ele falou que conheceu na véspera. A ideia era ter executores na ponta. Mais para frente, o perfil mudou e os políticos ganharam bastante espaço.
Dos vários caminhos, das Regionais superpoderosas à centralização, dos políticos aos técnicos, nenhum modelo foi absolutamente bem sucedido. Sempre houve experiências mais exitosas em algumas regiões da cidade e menos em outras. Isso, claro, passa pela competência do gestor, mais que do perfil, pela complexidade da região de Fortaleza. E pela prioridade que a administração dá ou não dá àquele pedaço do Município.
Na equipe de Sarto há de tudo. Até o coronel da Polícia Militar Túlio Studart, primeiro comandante do Ronda do Quarteirão. Partidos estão bem contemplados. Algumas indicações são de gente com experiência e formação. Outros não têm capacitação pública conhecida além de fazer política e têm muita cara de acomodação de derrotados ou abrir vaga para suplentes. Até para indicar aliado para cargo há de se ter competência.
Eudoro sai do planejamento à execução
O ex-deputado Eudoro Santana segue na Prefeitura, mas com outro papel. Deixa o Instituto de Planejamento (Iplanfor), que ele foi responsável por organizar e no qual tocou o plano Fortaleza 2040, de planejamento de longo prazo. Vai para a Coordenadoria Especial de Programas Integrados (Copifor). O órgão é responsável por coordenar as ações que envolvem mais de uma secretaria. Gerencia os grandes projetos da Prefeitura.
Eudoro sai do planejamento de longo prazo e vai para um órgão responsável por supervisionar e coordenar a execução. O pai do governador Camilo Santana (PT) será o coordenador especial. Na coordenação geral está Manuela Nogueira, que substituiu Samuel Dias na Secretaria da Infraestrutura no segundo mandato de Roberto Cláudio, quando Dias virou secretário de Governo.
Ter Manuela e Eudoro nessa coordenação é bastante interessante. Eles conhecem os grandes projetos e acompanharam o começo de iniciativas que trabalharão para terminar.
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