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Ceará espera ministério, mas pode ir ao STF por UTIs
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Ceará espera ministério, mas pode ir ao STF por UTIs

Tipo Opinião
Ônibus em Fortaleza, em 5 de fevereiro (Foto: FCO FONTENELE/O POVO)
Foto: FCO FONTENELE/O POVO Ônibus em Fortaleza, em 5 de fevereiro

Leitos de UTI que eram financiados pelo Governo Federal no ano passado tiveram repasses suspensos este ano. Segundo o Conselho Nacional de Secretarias de Saúde, em dezembro, eram 12.003. Em janeiro, o número foi para 7.017. Em fevereiro, 3.187. Em 2020, houve articulação no Congresso para garantir os recursos. Este ano, sem nem orçamento aprovado não foram viabilizados recursos. No Ceará, segundo o secretário da Saúde Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrino, o Cabeto, são cerca de 400 leitos que o Ministério da Saúde deixou de manter e que foram assumidos pelo Estado. Ele deu a informação em entrevista na manhã de ontem a Maísa Vasconcelos e Farias Júnior, na rádio O POVO CBN, em rede com a CBN Cariri.

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São Paulo, Bahia e Maranhão obtiveram decisão no Supremo Tribunal Federal (STF), da ministra Rosa Weber, para que o Governo Federal volte a manter os leitos. O Ceará ainda aguarda a posição do ministério. Segundo Cabeto, há sinalização de retomada. Caso isso não ocorra, o Estado também irá ao STF.

As empresas venderam os ônibus

Audiência do Ministério Público do Ceará (MPCE) na última sexta-feira, 26, debateu a lotação dos ônibus enquanto se cobra o isolamento social por causa da pandemia de Covid-19. Mas, o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), Dimas Barreira, informou que há um problema para ampliar a frota de ônibus em Fortaleza. As empresas venderam os veículos.

Antes da pandemia, as empresas tinham, segundo Dimas, 1.751 ônibus para transportar 923 mil passageiros por dia. Hoje, são 1.549 ônibus, para atender 60% dos passageiros de antes. Vale lembrar que esse é o número já com o acréscimo de 200 ônibus, ocorrido nas últimas semanas.

Dimas Barreira disse que os ônibus foram vendidos para o sistema de transporte não entrar em colapso.

Falta passageiro

O secretário de Conservação e Serviços Públicos (SCSP), Ferruccio Feitosa, disse que não dá para aumentar a frota porque não tem demanda de passageiros. Não há quantidade de pessoas pagando passagem que justifique o aumento da frota.

Ônibus em Fortaleza, em 5 de fevereiro
Foto: FCO FONTENELE/O POVO
Ônibus em Fortaleza, em 5 de fevereiro

Lógica econômica para ônibus
não vale para outros setores

Não tenho dúvida de que as empresas de ônibus estão em dificuldade financeira. A maior parte das empresas e das famílias estão. Mas, sobre não haver número de passageiros para ampliar a frota, bem, a ideia é justamente essa.Os ônibus em Fortaleza são lotados em horário de pico pelo menos desde que se pagava em cruzeiro, que é o que me lembro. Como parte da política contra a pandemia, é necessário ter mais ônibus circulando com menos gente. Se for contar quanto deixam na maquininha quando passam o cartão nos ônibus sem cobrador, essa conta não fecha mesmo.

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Ocorre o seguinte: todos os segmentos estão sofrendo. Comércio, restaurantes, shoppings fecharam por alguns meses e sofrem restrições até hoje. Se a lógica da economia não é prioridade quando se adota política sobre outros setores, por que não vale para os ônibus? Por ser concessão pública? Aí deveria ser ainda mais. Porque o poder público não pode ir para cima de outros segmentos e negligenciaram serviço que é seu.

Não digo que as empresas arquem com o custo. Se o Município vai subsidiar, eles que se resolvam. Assim como defendo subsídios públicos a setores como bares e restaurantes. O ponto é: precisa ter mais ônibus.

E não entro aqui no discurso dos segmentos que citam a lotação dos ônibus como se isso fosse argumento para liberar geral. Deve haver restrições de atividades econômicas e não deve haver lotação nos ônibus e o erro em um não justifica errar no outro.

 

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