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Camilo assegura aliança PT-PDT
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Camilo assegura aliança PT-PDT

Manter a aliança não será fácil, Ciro Gomes não ajuda, mas o PT não tem muita opção
Tipo Opinião
Cid, Camilo, Lula e Ciro, em 2016: antes de 2018, as relações eram mais simples (Foto: HEINRICH AIKAWA/INSTITUTO LULA)
Foto: HEINRICH AIKAWA/INSTITUTO LULA Cid, Camilo, Lula e Ciro, em 2016: antes de 2018, as relações eram mais simples

O governador disse, com exclusividade, no O POVO de sábado, em matéria do jornalista Henrique Araújo: "Não tenho nenhuma dúvida de que PT e PDT continuarão juntos aqui no Ceará." É bastante relevante ele dizer que não duvida, porque é uma pergunta que muita gente se faz.

Essa aliança se formou há 15 anos, para a eleição de 2006. Passou por muitos testes. Os mais difíceis no rompimento com Luizianne Lins, em 2012, e quando Eunício Oliveira (MDB) ameaçou a continuidade do projeto no Governo do Estado, em 2014.

Em 2018, Camilo conseguiu conduzir a questão quase na flauta. Os partidos tinham candidatos diferentes a presidente. Ele fez campanha para os dois. Fernando Haddad (PT) visitava o Ceará, lá estava ele. Ciro Gomes (PDT) estava em campanha no Estado, Camilo com ele.

Em quem votou? Em entrevista no mês passado ao UOL, ele foi perguntado sobre isso. Riu amarelo, tomou água e disse que o voto é secreto. Uma pista: mais de um ano antes da eleição, Camilo defendeu uma chapa Ciro-Haddad, com Ciro para presidente e Haddad para vice.

O que isso tem a ver com 2022? A questão caminha para ser muito parecida, mas mais complicada. Porque, desde 2018 a relação de Ciro com o PT e com Lula piorou e muito. A hostilidade disparou e chegou ao nível pessoal. É mais difícil esse malabarismo.

Além disso, a candidatura do PT para 2022 vai com outras pretensões. Há três anos, o partido marcava posição, com um candidato preso, sem chances de ser confirmado candidato. Agora, Lula teve as condenações anuladas e lidera pesquisas com diferença cada vez maior. O PT agora trabalha com método para ser competitivo para eleger Lula de novo. E precisa de palanques estaduais. Isso passa por abrir mão de candidaturas nos estados para apoiar aliados que apoiem Lula.

O poliamor do governismo cearense

Esse é o problema no Ceará. Camilo deve concorrer ao Senado e abrir espaço a um candidato a governador do PDT. Do partido de Ciro. O PT nacional topa isso? Não será Camilo quem estará no comando. Nem como candidato e, se concorrer mesmo ao Senado, nem no governo estará. Como será o acordo? Em quais termos?

Tudo indica que o modelo pretendido por Camilo será o mesmo de 2018. O candidato a governador fará campanha para Lula e Ciro. Mas, o PT nacional topa?

O que o PT acha disso?

De acordo com informação do colega Carlos Mazza, já topou. Salvo resistência do deputado federal José Airton Cirilo, as principais forças do partido têm entendimento quanto a isso, firmado por Camilo.
E o comando nacional tem a compreensão de que nenhuma candidatura própria petista faria frente ao PDT e a Capitão Wagner. O partido aceita dividir palanque? Melhor apoio dividido de um candidato forte, potencialmente favorito, que adesão exclusiva de uma candidatura para fazer figuração.

O fator Ciro

E, como ficam as críticas de Ciro? Elas atrapalham? Ajudar é que não ajudam. Elas incomodam os petistas. Mas, ao que parece, o partido vai fazer que não é com ele. Ignorar. Até porque, pelo exposto acima, não tem muita alternativa.

Ouça o podcast Jogo Político:

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