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Bolsonaro tem mais que dobro da reprovação de FHC, Lula e Dilma
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Bolsonaro tem mais que dobro da reprovação de FHC, Lula e Dilma

Datafolha mostra que nenhum presidente que chegou a esta altura do mandato tão impopular quanto Bolsonaro conseguiu se recuperar até o fim do governo
Tipo Opinião
Presidente Jair Bolsonaro na visita ao Ceará em agosto (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves Presidente Jair Bolsonaro na visita ao Ceará em agosto

Segundo a pesquisa Datafolha divulgada ontem, o presidente Jair Bolsonaro atingiu a pior avaliação do mandato. Ele tem 22% de ótimo e bom e 53% de ruim e péssimo. Avaliação regular é de 1%, enquanto 1% não sabem. Já houve presidentes que a esta altura do mandato estiveram piores que ele.

José Sarney, em novembro de 1987, tinha 58% de ruim e péssimo e 11% de ótimo e bom no Datafolha. Fernando Collor, em setembro de 1992, tinha 68% de ruim e péssimo e 9% de ótimo e bom. E ninguém estava tão mal quanto Michel Temer (MDB), que tinha 82% de ruim e péssimo e 3% de ótimo e bom em junho de 2018. Gente, 3% de ótimo e bom. Bolsonaro está bem de conselheiro epistolar?

Bem, mas o atual presidente está pior do que apareciam, mais ou menos a essa altura do mandato, todos os outros presidentes do pós-redemocratização. Itamar Franco, em dezembro de 1994, tinha 8% de ruim e péssimo e 41% de ótimo e bom. Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em junho de 1997, tinha 16% de ruim ou péssimo. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha 23% de ruim e péssimo e 35% de ótimo e bom. E Dilma Rousseff (PT), em agosto de 2013, tinha 22% de ruim e péssimo e 36% de ótimo ou bom.

Dos presidentes que, a essa altura, estavam com avaliação pior que a de Bolsonaro, dois não fizeram sucessores. Aliás, nem de longe. Não passaram perto de colocar no segundo turno os candidatos do partido — que era o mesmo, mas em 1989 se chamava PMDB e, em 2018, MDB. E o terceiro sofreu impeachment.

O histórico do Datafolha aponta que nenhum presidente com desempenho tão ruim quanto o de Bolsonaro por volta dessa altura do mandato conseguiu se recuperar até o fim do governo. Quer dizer que Bolsonaro não conseguirá também? Impossível dizer. Até porque o que o Brasil mais tem visto são coisas que nunca tinham acontecido antes. O maior obstáculo para Bolsonaro se recuperar talvez esteja no fato de ele ser apegado demais aos piores defeitos dele. Acha que são virtudes. Os apoiadores pensam o mesmo.

Empresários com Bolsonaro

O melhor desempenho do presidente é entre empresários. A aprovação do governo no segmento chega a incríveis 47%. É a última faixa da população considerada pelo Datafolha onde a aprovação de Bolsonaro supera a reprovação — que é de 34% entre eles.

Maior reprovação é entre quem cursou universidade

No segmento do eleitorado que tem ensino superior, Bolsonaro tem reprovação de 85%, aponta a pesquisa.

Opinião dos evangélicos

Um dos dados que mais chamam atenção: entre os evangélicos, a avaliação de Bolsonaro também piora. A aprovação caiu de 34% para 29%. A reprovação foi de 37% para 41%.

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