Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Muito se fala sobre as rusgas na base aliada de Camilo santana (PT) entre PDT e PT, apoiadores de Ciro Gomes e Luiz Inácio Lula da Silva. Já escrevi bastante sobre essa pendenga, que vem desde a eleição de 2018 e só se agravou. Esta semana, surge publicamente desavença semelhante que se expressa também na base do Capitão Wagner (Pros), principal nome da oposição estadual.
O deputado estadual André Fernandes (Republicanos) confrontou o senador Luis Eduardo Girão (Podemos) por causa da posição deste último sobre projeto que flexibiliza o porte de armas de fogo. Pode ser apenas uma rusga pontual entre aliados? Pode, mas, vale lembrar, a questão das armas de fogo não é uma das pautas entre tantas do bolsonarismo. É a bandeira central. É o símbolo, fazer arminha com a mão. E é uma das rusgas entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Sergio Moro, desde que o ex-juiz ainda estava no governo.
O episódio pode ser uma desavença de ocasião, mas ocorre no momento em que as tensões entre Bolsonaro e Moro se acirram no plano nacional. A conjuntura pode mudar e falta muito tempo até a eleição. Hoje, porém, essa se coloca como a grande disputa da eleição nacional.
No Ceará, os dois grupos estão reunidos em apoio à candidatura do Capitão Wagner (Pros). Que, por sua vez, confirmou que deverá apoiar Bolsonaro para presidente. Todavia, na entrevista ao Jogo Político, na semana passada, ele deixou claro que a intenção não é ser o candidato do bolsonarismo no Ceará, apenas. Ele defendeu uma frente ampla contra o grupo Ferreira Gomes. A base dessa frente são os aliados de Bolsonaro e o Podemos, de Luis Eduardo Girão.
Camilo, desde 2018, tem feito malabarismo para se equilibrar entre lulistas e ciristas. Wagner precisará de jogo de cintura parecido. Com um detalhe: qual o nível de maturidade de bolsonaristas e moristas para conviver com essas desavenças na mesma base.
Wagner deixou muito claro que a prioridade absoluta para ele é o Ceará. E tenta blindar o cenário local dos conflitos nacionais. Com a força de Lula e Ciro no Estado, ele sabe que a eleição presidencial tem mais a atrapalhar que a ajudar.
O problema para ele é que, para André Fernandes e o bolsonarismo como todo, nada é mais importante que reeleger Bolsonaro. Derrotar os Ferreira Gomes, claro, seria ótimo para eles. Mas, o presidente é prioridade. Quanto a Girão, ele está na linha de frente das articulações de Moro. Não é uma equação fácil de resolver.
Terceira via? Ainda não
Pesquisa divulgada ontem pelo Ipec, antigo Ibope, mostra Lula com muita folga na disputa presidencial, e Bolsonaro isolado na segunda colocação. O petista tem entre 48% e 49%. Bolsonaro entre 21% e 22%. Moro tem de 6% a 8%, conforme o cenário. Ciro tem 5%.
Uma certeza: esse cenário vai mudar muito. Nesse quadro apresentado, Lula tem perspectiva de vitória no primeiro turno. Moro está aquém do barulho feito em torno dele. Ainda não é ameaça real a Bolsonaro no segundo turno. E Ciro ainda não viu Moro descolar. Porém, está mal para quem vai para a quarta campanha para presidente.
Famílias
Inaugurado segunda-feira, o anexo 3 da Assembleia Legislativa foi batizado com o nome do ex-deputado Francisco das Chagas Albuquerque. Trata-se do pai de Zezinho Albuquerque, hoje secretário das Cidades e que era presidente da Assembleia no início das obras. O anexo 1 se chama senador César Cals de Oliveira, homenagem ao pai do ex-deputado Marcos Cals, que era presidente da Casa na época da construção. O anexo 2 se chama Deputado José Euclides Ferreira Gomes, pai dos irmãos Ciro, Cid, Ivo, Lia e Lúcio Ferreira Gomes. Mas, as obras foram realizadas não na gestão de algum dos filhos. O presidente da Assembleia que as iniciou foi Domingos Filho, que depois foi vice de Cid Gomes. A inauguração foi na gestão de Roberto Cláudio no Legislativo.
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