Três dias após folgas, Bolsonaro tira férias de novo e marca pelada para quando voltar
Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
O presidente Jair Bolsonaro tirou seis dias de férias na semana passada, passou três dias em Brasília, de sexta a domingo, e saiu para mais uma semana de férias, com previsão de retorno na segunda-feira, 3. Uma festa.
Na semana passada, no Guarujá (SP), ele pescou perto de ilha de cobras venenosas, passeou de moto aquática, foi a culto, dançou funk, comeu pastel e apostou na Mega da Virada. Esta semana, foi a São Francisco do Sul (SC). O presidente deverá emendar 13 dias de férias entre dezembro e o começo de janeiro.
Nesse meio tempo, a Bahia atravessa uma calamidade, com fortes chuvas e cenas aterradoras. Morreram pelo menos 20 pessoas até ontem. Os desabrigados passam de 31 mil. Quase meio milhão de pessoas foram afetadas. E o presidente passeando.
Na pandemia de Covid-19, no primeiro momento, parecia que o desdém de Bolsonaro pelas mortes — "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?" — era uma postura de defender a economia contra as restrições. Porém, o presidente passou a se contrapor às principais medidas para evitar impactos econômicos e permitir a retomada das atividades o mais próximo possível da normalidade. Criticou máscaras, vacina, passaporte vacinal. Então, os aliados passaram a dizer que era uma defesa da liberdade, ainda que custasse a vida.
O que se vê no caso da Bahia é se tratar mesmo de indiferença, descaso, desprezo pela vida. O presidente da República não se importa, não é afetado e finge que não são com ele as tragédias que afetam o povo.
Para quando voltar ao trabalho, Bolsonaro já agendou compromisso para 5 de janeiro: pelada com os cantores sertanejos Gusttavo Lima e Marrone, em Goiás. Um deboche.
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