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O PT fervilha lá e cá, mas não como antes
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

O PT fervilha lá e cá, mas não como antes

Em outros tempos, o PT entraria em ebulição, em intenso debate interno
Tipo Opinião
Ex-presidente Lula (Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação)
Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação Ex-presidente Lula

Não é irrelevante o movimento de petistas contrários à aliança com Geraldo Alckmin. Parte de São Paulo, que sempre foi e segue sendo o eixo das decisões do partido, mesmo muito depois de ter deixado de ser local onde o partido tem votos. Adversários locais de Alckmin de longa data, nomes graduados do partido se opõem à aliança. Entre eles estão ex-presidentes do PT, como Rui Falcão e José Genoino.

No Ceará, há as próprias turbulências. O Núcleo Américo Barreira divulgou nota ontem com duras críticas à recente nomeação de prefeitos e também à entrada de Ilário Marques na Prefeitura de Fortaleza.

O PT, segundo eles, está cada vez mais parecido com os "(...) partidos tradicionais, um partido de caciques, sem que as bases sejam ouvidas e onde o desrespeito às normas e as decisões das instâncias tem se tornado cada vez mais frequente, ameaçando a unidade partidária e a própria existência do Partido como um instrumento revolucionário de transformação social."

O Núcleo Américo Barreira tem sido uma das forças mais críticas dentro do partido no Ceará.
Em outros tempos, o PT entraria em ebulição, em debate interno a fervilhar. Na realidade de hoje, devem ser poucas as consequências. No Ceará, não há perspectivas de qualquer mudança de rota.

No plano nacional, Lula conduz os entendimentos e não deverá ser contrariado. O que pode ocorrer é Alckmin se incomodar. É mais fácil isso ocorrer que as reclamações do PT serem atendidas.

No Ceará, Lula decide, e ele não confrontará Camilo

Cada vez menos vozes dentro do PT fazem ressalvas quanto a Lula não ter um palanque estadual. O candidato a governador será do PDT, de Ciro Gomes. Há alguns incômodos. Mas, isso não deve ser uma questão nem mesmo a incomodar a base do partido. O entendimento é que a decisão será de Lula. Na visita ao Ceará no ano passado, o ex-presidente conversou com Camilo. Do que eles trataram não se sabe. Mas, ficou claro que Lula não irá contrariar o que Camilo decidir. E o governador já se decidiu.

Caminho perigoso

Petistas contrários ao acordo com Alckmin dizem que Lula não precisa do ex-tucano para se eleger. Talvez não precise. Mas, talvez Lula não se eleja nem com Alckmin de vice. O partido deve tomar suas decisões e entrar num vale tudo pela vitória é sempre perigoso. Contudo, imaginar que um candidato está eleito é o passo mais seguro para perder. As pesquisas mostram o cenário de agora, quando o jogo nem começou. Bolsonaro está vivo e é forte.

Para o ano

Por falar nisso, o presidente Jair Bolsonaro disse ontem que é possível que dê reajuste salarial apenas para policiais federais, policiais rodoviários federais e agentes penitenciários. Deixa assim de fora as demais categorias do serviço público federal. Essas seriam beneficiadas em 2023.

Bem, até lá o mandato de Bolsonaro terá terminado. O presidente poderá ainda ser ele. Se for reeleito. Mas, há uma eleição no meio, e o presidente poderá ser outro. Assumir compromisso de governo assim é fácil.

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