Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Foto: FABIO LIMA
Lula em Iguatu, em 30 de agosto de 2017
Pesquisa CNT divulgada nesta semana traz sinais importantes sobre a campanha eleitoral. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera, praticamente estável: 42,8%. Jair Bolsonaro (PL) sobe de 25,6% para 28%. O petista está na frente, mas o presidente consolida a posição. Hoje a vantagem de Lula está praticamente no Nordeste.
Na região, Lula lidera com 61% contra 16% de Bolsonaro incríveis 45 pontos percentuais de diferença. Bolsonaro cumpriu maratona de viagens pela região. Não é à toa. Ele quer mostrar as realizações e estar perto do eleitor nordestino. Não precisa vencer Lula. Se reduzir a diferença estará muito no lucro.
Outra região em que Lula vence é o Sul. Mas, o cenário é bem mais incerto: 40% contra 32% de Bolsonaro.
Nas demais, há empate técnico. No Sudeste, Lula tem 34% e Bolsonaro, 32%. A diferença que era de 9 pontos em dezembro caiu agora para 2%.
Os dados de Norte e Centro-Oeste não foram informados separadamente. Por questão do tamanho da amostra das duas regiões, menos populosas, foram agregadas para se ter resultado mais confiável. Naquela parte do Brasil, Lula tem 35% e Bolsonaro, 34%. Outro empate técnico.
Sobre pesquisas
Não custa lembrar, pesquisas são um indicativo, não uma verdade absoluta. A essa altura, não um indicador vago de tendências, numa época em que o clima eleitoral ainda não está palpitante. Eleitores de Jair Bolsonaro (PL) dizem que em 2018 as pesquisas erraram. No segundo turno, acertaram em cheio. No primeiro, apontaram a tendência, embora tenham mostrado tanto Bolsonaro quando Fernando Haddad (PT) abaixo das votações que tiveram. Alguns candidatos, notadamente Geraldo Alckmin (então PSDB) e Marina Silva (Rede) ficaram abaixo do que indicavam as pesquisas.
Os eleitores gostam de falar que pesquisas mostram que Bolsonaro perderia contra todos os candidatos no segundo turno. Referem-se às simulações de segundo turno. Que são isso: simulações. São mais inexatas ainda que pesquisas convencionais, porque projetam um cenário ainda não definido. Nos últimos dias do primeiro turno, pesquisa Ibope mostrava, por exemplo, que Bolsonaro só perdia para Ciro Gomes no segundo turno. Ele perderia ou ganharia? Ciro jura que seria vitorioso. Bolsonaristas têm certeza que o presidente sairia vitorioso. A verdade a gente nunca saberá, porque o segundo turno não ocorreu. Mas, aquele dado não pode ser usado para dizer que as pesquisas erraram.
Ditadura de estimação
Bolsonaro gosta de usar o figurino de defensor da liberdade. Diz que é por isso que ele foi contra lockdown na pandemia. Em algumas situações, ele deixa escapar o real motivo: o prejuízo à popularidade do governo pelos problemas econômicos. Ontem, o presidente fez elogios a dois ditadores, Ernesto Geisel e Emílio Garrastazu Médici. Ele critica ditaduras, mas longe daqui. No Brasil ele é a favor. E é contrário a ditaduras de esquerda. Quando é de direita, ele dá o maior apoio. Agora mesmo, convidou para visita o príncipe saudita Mohamed bin Salman, que comanda um regime teocrático. Até acusado de homicídio Bin Salman é, contra jornalista.
A ditadura brasileira perseguiu, prendeu e matou. Foi arbitrária e violenta. Restringiu liberdades e cassou direitos políticos.
Alguém que é contra ditadura de esquerda e a favor de ditadura de direita não é contra ditadura. É contra a esquerda e a favor da direita. Num passado distante, bolsonaristas diziam que ele promoveria desideologização. Acreditou quem quis.
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