Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
O deputado federal Capitão Wagner se filiou ao União Brasil e foi oficializado na direção da legenda no Ceará. Há uma semana, ao anunciar a filiação e a direção da legenda no Estado, o pré-candidato a governador fez a seguinte leitura sobre o cenário estadual: “Essa eleição pode ter dois desenhos. Se nós tivermos o que hoje temos, três candidaturas — PDT, Psol e a nossa candidatura —, essa eleição pode ser decidida num primeiro turno, para lá ou para cá. Mas, se nós pulverizarmos as candidaturas, vai acontecer o que aconteceu na eleição de Fortaleza. Vai se viabilizar o segundo turno. E, chegando ao segundo turno, a gente vai conversar com todos os candidatos, na tentativa de obter o apoio”.
O cenário hoje é este: três candidaturas postas. Pode ser que o PL tenha candidato, mas ainda não me parece o mais provável. O Novo pode disputar. O PSTU. O PCO de vez em quando aparece.
A análise de Wagner me parece correta. Eleição com poucos candidatos só vai para segundo turno se for muito apertada. Para governador do Ceará, só duas vezes não houve eleição em dois turnos: em 2002, quando a vantagem de Lúcio Alcântara era enorme, mas havia muitos candidatos com certa força, e eles garantiram o segundo turno, quando Lúcio venceu por estreitíssima margem. Já em 2014, eram poucas candidaturas. Só quatro. Cenário propício para definição em primeiro turno. Era nisso que apostava Eunício Oliveira (MDB). Mas, a diferença foi só de 1,4 ponto percentual — e a favor de Camilo Santana (PT). Assim houve segundo turno, e Camilo venceu.
No cenário de hoje, a não ser que a gente esteja diante de uma eleição daquelas, no voto a voto, a tendência é de não haver segundo turno no Ceará, vença quem vencer.
Outro detalhe: ao final dos mandatos dos dois primeiros governadores do Ceará a serem reeleitos — Tasso Jereissati, que saiu em 2002, e Cid Gomes (PDT), cujo mandato se encerrou em 2014 — houve segundo turno. veremos como será ao final do mandato do terceiro governante reeleito: Camilo.
No mês passado, a visita do presidente Jair Bolsonaro ao Ceará, Wagner foi a estrela da cerimônia. Veremos como será hoje, em Quixadá.
Capitão Wagner é esperto. Embora declare apoio — sem exclusividade — ao presidente Jair Bolsonaro, ele sabe a força do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele tem boas relações com parte do PT cearense. E faz acenos. Ontem, ele aproveitou Lula para bater em seu desafeto, Ciro Gomes (PDT). “Quando o Ciro bate no Lula, pessoal, ele era da casa do Lula, ele era do time do Lula, ele era ministro do Lula. Isso se chama ingratidão e desrespeito. Isso se chama oportunismo”.
O senador cearense Luis Eduardo Girão (Podemos) foi um dos parlamentares que foram ontem à Procuradoria Geral da República (PGR) entregar o relatório da CPI da Pandemia. Não a do Senado, mas a que ocorreu na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. A CPI apontou irregularidades na compra de respiradores pelo Consórcio Nordeste, no valor de quase R$ 50 milhões e que nunca foram entregues. “O que eu tentei tentei fazer na CPI do Senado e não deixaram, blindando os poderosos”, disse Girão. Estavam com ele o deputado estadual Kelps Lima (Solidariedade) e o senador Marcos Rogério (PL).
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