Logo O POVO+
Dois cearenses no comando de comissões
Foto de Érico Firmo
clique para exibir bio do colunista

Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Dois cearenses no comando de comissões

Numa casa de 513 deputados, muito da vida legislativa ocorre nas comissões. Quem as comanda controla um pedaço importante da agenda
Tipo Opinião
Plenário da Câmara dos Deputados (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil Plenário da Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados definiu os presidentes de 22 das 25 comissões da Casa. Duas delas terão comando de deputados federais cearenses: Direitos da Pessoa Idosa, que terá Denis Bezerra (PSB-CE) à frente, e Trabalho, Administração e Serviço Público, a ser comandada por Leônidas Cristino (PDT-CE).

Dênis comanda uma das duas comissões do PSB. Quanto a Leônidas, ele presidirá a única comissão que coube à bancada do PDT. A distribuição dos colegiados é feita proporcionalmente ao tamanho das bancadas. Leônidas é homem de confiança de Ciro Gomes (PDT) e foi prefeito de Sobral.

Numa casa de 513 deputados, muito da vida legislativa ocorre nas comissões. Quem as comanda controla um pedaço importante da agenda.

A comissão mais importante

A principal comissão é a de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). O Ceará tem quatro titulares e um suplente: Danilo Forte (União Brasil), Domingos Neto (PSD), Eduardo Bismarck (PDT) e José Guimarães (PT) são titulares e Idilvan Alencar (PDT), suplente. O colegiado tem 66 titulares e 66 suplentes.

O que acabou chamando mais atenção, porém, foi a presença do deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) entre os titulares. Ele foi condenado na semana passada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), recebeu indulto do presidente Jair Bolsonaro (PL) e estará na Comissão de Constituição e Justiça. Acharam pouco e o escolheram vice-presidente da Comissão de Segurança e Combate ao Crime Organizado.

Progressistas a favor de Izolda

Na rede de apoios manifestados dentro da base governista sobre quem concorrerá ao Governo do Estado, uma relevante posição é a do Progressistas. Conforme mostrou o jornalista Henrique Araújo, o deputado federal AJ Albuquerque, presidente do partido no Estado, destacou a preferência pela reeleição da governadora Izolda Cela (PDT). "Acho natural a reeleição da governadora Izolda. Vamos fazer história elegendo a primeira mulher governadora do Ceará". AJ é filho do ex-presidente da Assembleia Legislativa, Zezinho Albuquerque, que chegou a manifestar ele próprio intenção de se colocar como pré-candidato. Mas, a situação afunila e as predileções são cada vez mais evidentes.

A vítima e as responsabilidades

A Polícia Federal realizou na terça-feira, 26, a operação Cianose, que investiga fraudes na compra de respiradores para o Consórcio Nordeste. As denúncias são dos assuntos preferidos de aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) e forças políticas adjacentes, que apontam corrupção nos gastos durante a pandemia de Covid-19. O consórcio enfatiza que foi vítima de um golpe, foi ele quem fez a denúncia e espera ser ressarcido. Tudo verdade.

O crime existiu. Foram comprados no início da pandemia 300 respiradores, foram pagos, mas nenhum foi entregue. É verdade que o consórcio foi vítima do golpe. Se tivessem sido entregues, vidas que se perderam poderiam ter sido salvas.

Porém, há uma parte de responsabilidade do consórcio, sim. A compra era emergencial, mas certamente faltou critério na escolha de fornecedores. Não sei se houve dolo, mas não adianta pressa para comprar de quem não entregará. Há questionamento também sobre o pagamento feito antecipadamente.

Vidas perdidas não voltam, mas o que se espera é que ao menos o dinheiro seja ressarcido pelas empresas. Presidente na época do consórcio, o governador baiano Rui Costa (PT) afirma que foram movidas ações contra uma empresa brasileira e outra dos Estados Unidos. No processo estrangeiro, o dinheiro já foi devolvido, mas o caso que tramita no Brasil não foi julgado ainda.

Foto do Érico Firmo

É análise política que você procura? Veio ao lugar certo. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?