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Camilo joga tudo e joga pesado
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Camilo joga tudo e joga pesado

Tipo Opinião
Izolda Cela abraça o antecessor, Camilo Santana (Foto: thais mesquita)
Foto: thais mesquita Izolda Cela abraça o antecessor, Camilo Santana

“Mãe do Paic”, o Programa Alfabetização na Idade Certa, e “mãe do Ceará” foram as formas que o ex-governador Camilo Santana (PT) usou para se referir à governadora Izolda Cela (PDT). A comemoração dos 15 anos do Paic foi uma grande celebração do principal feito do grupo político que governa o Ceará justamente desde 2007. Seria uma celebração do ciclo. Mas, ficou desfalcado.

Não estava presente o senador Cid Gomes (PDT). Era ela o governador na época da criação do programa. Cid já não participou do ato em apoio a Ciro Gomes (PDT), na semana passada, por problema de saúde. Foi, naturalmente, muito lembrado. “Cid foi um verdadeiro apóstolo da educação naquele momento de implementação do Paic”, disse Izolda. “Cid foi para mim o maior governador da história do Ceará”, afirmou Camilo, acrescentando. “”Cid sempre terá todo e irrestrito apoio nosso”, ao ser questionado sobre a hipótese de o senador ser candidato a governador.

Também ausente, por motivos pessoais, era o prefeito de Sobral, Ivo Gomes (PDT). Ele foi o idealizador, ainda como deputado estadual, e o grande entusiasta do Paic. Foi também quem, como secretário da Educação de Sobral, lançou Izolda na vida pública. Chamou-me atenção a falta de lembrança do papel que ele teve. Com as ausências, não havia Ferreira Gomes no evento. Do grupo, estavam o prefeito José Sarto e o deputado estadual Queiroz Filho, ex-chefe de gabinete de Roberto Cláudio.

O evento teve grandes proporções políticas. A postura de Camilo foi particularmente incisiva a favor de Izolda. O ex-governador mostra que está disposto a jogar seu peso político a favor da sucessora. A conversa na cúpula do grupo, caso a disposição seja a de não escolher Izolda, será bem barulhenta.

O critério pesquisa

Foi divulgada ontem pesquisa Real Time Big Data, contratada pela TV Record, sobre a sucessão no Ceará. Destaca-se Capitão Wagner (União Brasil), com números entre 40% e 49%, a depender do adversário.
Roberto Cláudio é aquele que tem maior percentual, 35%, e contra quem Wagner tem pior índice — 40%. A diferença entre eles, considerando variação para mais ou para menos, fica dentro ainda da margem de erro.
Quando é Izolda Cela a enfrentar Wagner, ele alcança 44%, contra 29% da governadora. Com pouco mais de dois meses de governo, ela tem um desempenho que não é desprezível.

Considerações:

1) Wagner obviamente tem a comemorar a dianteira, mas não é uma vantagem folgada. É bem menor que a diferença dele para Sarto no começo da campanha de 2020 na capital.

2) Sobre Roberto Cláudio, a pesquisa comprova os bastidores e aquilo que Cid Gomes dizia ainda no ano passado: o ex-prefeito é quem se destaca nas pesquisas. Porém, os seis pontos a mais que Izolda, a considerar o fator governo, não sei se são suficientes para fundamentar a opção por ele como candidato. A se manter o critério apontado por Ciro Gomes na semana passada, de aceitação popular.

3) A diferença de Wagner para Roberto Cláudio é de 5 pontos. Para Izolda, 15 pontos.

Foto do Érico Firmo

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