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As mágoas de Ciro Gomes
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

As mágoas de Ciro Gomes

Candidato a presidente disse que vitória de Wagner poderia fazer as pessoas valorizarem o ciclo Ferreira Gomes
Tipo Opinião
 Ciro Gomes demonstra estar magoado e se sente traído (Foto: FABIO LIMA)
Foto: FABIO LIMA  Ciro Gomes demonstra estar magoado e se sente traído

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Ciro Gomes (PDT) muda de astral quando fala da campanha eleitoral no Ceará. Ao tratar da eleição nacional, ele não está bem, longe disso. Mas, o estado de ânimo é um. Lista propostas, faz diagnóstico. Quando fala do Ceará, a coisa muda. O Estado sempre foi uma espécie de porto seguro para ele em relação ao conturbado cenário nacional. Agora, parece mexer mais com ele emocionalmente, como se viu na entrevista de segunda-feira ao Roda Viva.

Ciro destoa do ambiente da própria campanha de Roberto Cláudio (PDT) a governador. O ex-prefeito de Fortaleza repete que quer fazer uma campanha alegre, leve, voltada a ideias inovadoras. Quando fala do Ceará, Ciro não tem tido leveza e não está alegre. Já havia sido assim na convenção que lançou Roberto Cláudio candidato. Ciro fez um discurso duro, que destoou do clima geral. Roubou as atenções todas para si.

Na segunda-feira, ele elaborou com mais detalhes algo que já tinha ensaiado dizer outras vezes. É como se quisesse ver um resultado eleitoral que considera ruim, para as pessoas sentirem a falta que faria, na opinião dele, o grupo no poder. “Pode ser que esteja na hora de a gente entregar para o Capitão Wagner lá, o cara do Bolsonaro. Quem sabe a gente aprende a dar valor ao que tem”.

É sentimento comum em fim de relacionamento, querer que ex se dê mal para sentir falta do que tinha antes.

A confusa disputa pelo Senado na chapa de Roberto Cláudio

Roberto Cláudio (PDT) começou a campanha ao lado de Amarílio Macêdo (PSDB) como candidato a senador. Porém, se Amarílio será mesmo candidato ou não ainda é incerto. A convenção do PSDB que o lançou está temporariamente suspensa pela Justiça. Roberto Cláudio repete ter confiança nos argumentos jurídicos para reverter a decisão. Pelo sim, pelo não, o PDT também registrou como candidata a vereadora Enfermeira Ana Paula. Sem coligação, para o caso de ser ela o nome para o Senado, se Amarílio for mesmo impedido de disputar.

O cenário de disputa contra Camilo Santana (PT) seria complicado de qualquer jeito. Porém, a eleição de senador depende muito da de governador. É um voto decidido mais tarde. Na hipótese de Capitão Wagner (União Brasil) e Roberto Cláudio sustentarem a liderança frente a Elmano Freitas (PT), não é impossível que Camilo até leve susto. Mas, com esse confuso cenário, a perspectiva que já não era muito provável se torna quase microscópica.

Trapalhada de Bolsonaro

Na forma caótica de fazer política, o presidente Jair Bolsonaro (PL) às vezes faz coisas que convergem para os objetivos dele. É como que por acaso. Mas, muitas vezes mete os pés pelas mãos. Das décadas que acompanho política, não me lembro de uma posse de presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ser tão prestigiada, receber tanta atenção. Se o objetivo de Bolsonaro era fragilizar a Justiça Eleitoral, parabéns, conseguiu o exato oposto. Mais ou menos como quando o presidente reuniu embaixadores para desacreditar a urna eletrônica internacionalmente, protagonizou papelão diplomático de péssima repercussão no Exterior e provocou reações em defesa do sistema brasileiro. Em resumo, um trapalhão.

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