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Roberto Cláudio: "Se eu fosse governador, Acquario já estaria funcionando"
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Roberto Cláudio: "Se eu fosse governador, Acquario já estaria funcionando"

Roberto Cláudio voltou a criticar o ex-governador Camilo Santana
Tipo Opinião
ROBERTO CLÁUDIO, 
candidato do PDT (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves ROBERTO CLÁUDIO, candidato do PDT

O candidato a governador Roberto Cláudio (PDT) já havia feito críticas à administração de Camilo Santana (PT) em relação às facções criminosas e na saúde, pelas filas de cirurgias. Camilo não gostou e respondeu. Ontem, em entrevista ao Jogo Político, ele acrescentou mais um item: “Se eu fosse governador do Ceará, e tivesse a oportunidade de estar oito anos no exercício do cargo, o Acquario já estaria funcionando.”

Ele ainda pontuou: “Sei que vocês podem crer que isso é uma crítica porque eu estou como candidato.” Ele tem razão, achei mesmo uma crítica, e dura. Porém, ele afirma que já vinha dizendo isso a algumas pessoas.

Roberto Cláudio e a via do meio

No Jogo Político, o colega Ítalo Coriolano e eu insistimos para saber de Roberto Cláudio se ele se considera situação, oposição ao Governo do Estado, se apoia criticamente ou é mais ou menos. O ex-prefeito de Fortaleza não responde com todas as letras. "Você acha que o povo compartimentaliza essas coisas?", indaga.

Ele acha que isso é coisa que políticos e quem trabalha com política. O povo não estaria preocupado se é oposição ou situação, mas com a biografia dos candidatos, se falam a verdade, com a paixão naquilo que fazem e com as ideias que apresentam.

Pode ser, mas, como esta é uma coluna de política, com leitores que, em regra, gostam de política, a gente compartimentaliza mesmo. Roberto Cláudio não respondeu de forma muito direta, mas deu vários sinais. Dou minhas impressões.

Ao longo de uma hora de entrevista, foi mostrado o seguinte: Roberto Cláudio não irá priorizar a crítica. Questionado, por exemplo, sobre facções, ele não enfatizou o diagnóstico, mas o que pretende fazer. Falou bastante de propostas. Porém, também deixou claro, não irá se furtar de bater.

Roberto Cláudio não será candidato de situação, não se portará como um egresso da base. Reconhecerá virtudes, como na educação, e reivindicará para o grupo Ferreira Gomes. Quando achar que deve bater, será duro.

Ele assim define o papel que quer ter na eleição: nem situação nem oposição “odienta”, como chama. Quer ser o ponto de equilíbrio. Não é muito diferente da estratégia das candidaturas que tentam nacionalmente ser uma “terceira via”, com a diferença de que Roberto Cláudio não é terceiro colocado nas pesquisas. Ele aparece em segundo lugar. Esse espaço tem conveniências e riscos. Pode pegar voto de todo lado, mas periga também perder ambos.

Nesse equilíbrio, a candidatura parece pender à crítica. Foi assim sobre o Acquario, mas não apenas. Sobre o fato de o ex-secretário da Saúde de Camilo, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, o Dr. Cabeto (PSDB), ter se lançado candidato a suplente de senador na chapa de Roberto Cláudio, o pedetista citou um dos motivos: “Cabeto montou um plano de regionalização da saúde que não saiu do papel.”

O candidato também falou bastante sobre as circunstâncias do rompimento, sobre o que Camilo dizia antes e sobre não ter aceitado falar com ele depois. Porém, minimizou: “Não me causa nenhum tipo de carência afetiva.”

Luizianne

Roberto Cláudio bateu na gestão Camilo, mas o fez com menos embaraço ao tratar da gestão Luizianne Lins (PT), a quem sucedeu na Prefeitura de Fortaleza. Falou de Luizianne para atingir Elmano Freitas, candidato do PT, ex-secretário de Luizianne e aliado delas. Fez críticas à administração petista em Fortaleza na segurança e também na educação — esta última gerida diretamente por Elmano.

 

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