Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
O presidente Jair Bolsonaro (PL) segue com crescimento constante nas pesquisas. Não avança muito. Mas, pelo Datafolha, em três meses subiu 5 pontos. Nessa toada, não vence a eleição. Porém, é consistente. A eleição passa longe de estar definida.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por sua vez, mostra voto muito estabilizado. Nos mesmos três meses, a oscilação negativa foi de um ponto. Bolsonaro sobe, mas não tira votos de Lula. Convenhamos, é mesmo um negócio estranho a pessoa que ficar indecisa entre votar no Lula ou em Bolsonaro. Não poderiam ser mais opostos.
A campanha começou para valer agora. Na semana que vem, começa no rádio e na televisão. Lula tem o maior tempo. Se usar bem, estará perto da vitória. Porém, a campanha de Lula parece ainda amarrada a estratégias do passado, enquanto a de Bolsonaro é certamente inovadora nos métodos — não estou dizendo que são boas inovações, por favor. Porém, tem uma capacidade de mobilização, de interlocução, de uso das plataformas digitais que fazem parecer a estratégia lulista, até aqui, saída diretamente da década de 1990.
Parece improvável que Bolsonaro siga em desvantagem nas pesquisas e assista a isso passivamente, não provoque alguma reviravolta de estratégia. As manifestações marcadas para 7 de setembro parecem ser o momento para isso.
Definição em 1º turno
O Datafolha indica que há possibilidade de Lula vencer no 1º turno. A militância petista trabalha com essa perspectiva. Creio ser pouco provável. Como as pesquisas têm mostrado, a tendência é Bolsonaro subir. Ainda mais com a atípica liberação de verbas em período eleitoral.
O que fazer para tirar voto
O problema para Bolsonaro vai além de crescer. É como tirar voto de Lula. Se o petista não cair, seguirá tendo, sim, a chance de vencer no 1º turno. Um caminho é bater no petista. Porém, isso causa alguns problemas: normalmente, cresce a rejeição de quem ataca. Tira voto de quem bate. Embora também possa fazer crescer a rejeição de quem é atacado. Porém, a rejeição de Bolsonaro já é bem alta. Outra dificuldade é: o que mais pode ser dito de Lula que o eleitor já não tenha ouvido exaustivamente nos últimos anos?
O tempo dos candidatos
Capitão Wagner (União Brasil) tem o maior tempo no horário eleitoral de rádio e televisão para governador do Ceará. Elmano Freitas (PT) fica perto dele. Roberto Cláudio (PDT) tem desvantagem que supera um minuto. O tempo dos três é significativo e dá para mostrar muita coisa. Não é algo incontornável para RC. Porém, ele é candidato por um grupo político que se acostumou a ter mais tempo que os demais. Às vezes muito mais tempo. É uma realidade diferente agora. A forma como o tempo será usado precisará ser mais estratégica.
Todavia, há ainda a indefinição sobre o apoio da federação PSDB-Cidadania. Se Roberto Cláudio tiver essa adesão, será um reforço e tanto.
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