A pesquisa Ipespe para o governo do Ceará é ótima para Elmano Freitas (PT), que sobe sete pontos percentuais. É boa para Capitão Wagner (União Brasil). Ele segue na liderança e, após três semanas, oscilou negativamente um ponto. Mostra estabilidade. Isso é bom para quem está na frente. Além disso, ele ampliou a diferença para quem está logo atrás, de 10 para 12 pontos percentuais. E a pesquisa é ruim para Roberto Cláudio (PDT). Ele oscila negativamente três pontos e vê o adversário que tinha menos da metade das intenções de voto há três semanas empatar tecnicamente com ele.

Porém, o resultado para o ex-prefeito de Fortaleza não é necessariamente desastroso. Cair é sempre ruim, mas uma oscilação na margem de erro não é catastrófica. O crescimento de Elmano é expressivo, mas também previsível. É menos conhecido, largou de trás, tem apoio de políticos populares e máquinas poderosas. não surpreende.

Pior que o resultado objetivo para Roberto Cláudio pode ser o sentimento na candidatura. Se a campanha entrar em depressão, se apoiadores perceberem que caminha para a derrota, aí as dissidências que já têm ocorrido em direção ao bloco de Camilo Santana (PT) periga virar uma sangria desatada.

Não é por acaso que Roberto Cláudio tem falado em fazer uma campanha alegre e para cima. Todavia, isso não tem sido fácil ao lado de Ciro Gomes (PDT), que não esconde ainda guardar muitos sentimentos negativos em relação ao fim da aliança com o PT.

Hoje começa nova fase da campanha, no rádio e na televisão. É o momento decisivo. Roberto Cláudio tem menos tempo que Wagner e Elmano. Mas, esse sempre foi considerado o momento em que a eleição se define.

Uma questão central é o tom que adotará a aliança pedetista. O momento é adverso e é previsível que passe a adotar tom mais incisivo. Foi o que ocorreu na campanha para a sucessão de Roberto Cláudio em Fortaleza, que elegeu José Sarto (PDT). Para além de qualquer estratégia, o desafio pedetista no momento é de ânimo e na mensagem que passa ao meio político.

Até onde Elmano pode ir

Em pesquisas, movimentos importam mais que números estáticos. Observar tendências é o mais relevante. Todavia, o fato de haver certos deslocamentos não significa que eles irão se manter. Ainda mais com o recorte tão restrito de apenas duas pesquisas. Elmano virou a bola da vez da eleição. A se manter a tendência mostrada no Ipespe, ele irá passar Roberto Cláudio em breve. Porém, nada garante que a tendência se manterá. Havia um crescimento para o petista que era natural. Cada vez mais, todavia, ele se torna alvo. Qual o teto que ele pode alcançar? Essa é uma questão importante.

Pesquisa espontânea

Vale observar a pesquisa espontânea. Wagner e Roberto Cláudio tiveram oscilação negativa, o que é atípico a essa altura, em começo de campanha. Elmano já aparece à frente de Roberto Cláudio, em situação de empate técnico.