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Debate foi quente e confrontos revelaram questões pertinentes
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Debate foi quente e confrontos revelaram questões pertinentes

Houve escalada de tensão entre Roberto Cláudio e Elmano. Embora envolvido em menos embates, Wagner esteve em alguns dos momentos mais agressivos
Tipo Opinião
Capitão Wagner, Elmano Freitas e Roberto Cláudio no debate entre candidatos a governador no O POVO (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Capitão Wagner, Elmano Freitas e Roberto Cláudio no debate entre candidatos a governador no O POVO

O debate de ontem, promovido pelo O POVO em parceria com a OAB-CE, ocorreu 20 dias antes do primeiro turno. Naturalmente, em momento de aumento da tensão. Era previsível a escalada do confronto entre as candidaturas, sobretudo entre Roberto Cláudio (PDT) e Elmano Freitas (PT), que, pelas pesquisas até aqui, disputam vaga em um possível segundo turno contra Capitão Wagner (União Brasil). O embate entre os ex-aliados é a história da campanha até o momento.

Roberto Cláudio questionou Elmano sobre a dependência dos padrinhos — Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Camilo Santana (PT) — e apontou que tudo que ele faz seria imitar e copiar. Disse ainda que ele estaria escondendo a ex-prefeita Luizianne Lins (PT). RC então indagou o que pensa o petista. Elmano, por sua vez, afirmou que seria o adversário a esconder o apoio de Ciro Gomes (PDT) e do prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT). E ironizou a obsessão, segundo ele, de RC por Luizianne, antecessora do pedetista na Prefeitura de Fortaleza.

Roberto Cláudio disse ainda que no que dependeu dele próprio, Elmano fracassou como gestor da educação em Fortaleza. O petista, por sua vez, afirmou que Roberto Cláudio critica hoje o governo por não ter o apoio de Camilo. Ao rebater a crítica por ser apoiado por Eunício Oliveira (MDB), lembrou que o próprio Roberto Cláudio foi apoiado pelo emedebista, ao ser eleito prefeito de Fortaleza, em 2012, derrotando Elmano.

Wagner no meio do embate entre RC e Elmano

Não que Wagner tenha ficado fora de atritos. Ele até teve menos momentos de confronto que os demais. Mas, os que teve estiveram entre os momentos mais quentes do programa. Quando confrontou Elmano sobre a dependência de apoiadores, voltou a dizer que, passada as eleições, o padrinho vai embora. E que o governador não pode ser fraco. Disse, então, que ele, Wagner, se garante. Ao reagir, Elmano teve talvez seu momento mais agressivo no debate: “Se garante mesmo é em motim". E afirmou que, naquele momento, viu um Wagner fraco, omisso e sem coragem.

Outro momento forte foi quando Roberto Cláudio questionou Wagner sobre a proposta de adotar padrão FBI no Ceará. O pedetista chamou a proposta de ilegal, imoral e “fantasia mirabolante”. Wagner ironizou o que considera incômodo dos adversários com a ideia e disse que Roberto Cláudio promete coisas que não foram feitas durante os 16 anos em que o grupo ao qual pertencia estava no poder.

Chamou-me atenção a postura de Elmano. Ele foi o mais incisivo em muitos momentos, bem mais que em debates anteriores. Roberto Cláudio foi também bastante agressivo em alguns momentos. Wagner, por sua vez, procurou se preservar e deixar o confronto aberto para os ex-aliados.

Nesse embates, muitos aspectos políticos foram levantados. Mas, não entendo que tenham sido agressões gratuitas ou mera picuinha. Acho pertinente questionar Wagner sobre o motim ou sobre a consistência do plano para segurança, indagar Elmano sobre se tem personalidade para governar sem depender de Camilo e Lula e cobrar Roberto Cláudio sobre só agora fazer críticas ao governo do qual foi parceiro.

Amplitude de temas

Apesar do confronto entre candidatos e do clima que foi esquentando sobretudo a partir do segundo bloco, um ponto bastante positivo do debate foi a amplitude de temas levantaram. Houve perguntas sobre energias renováveis, mobilidade urbana, recursos hídricos, moradia, saúde mental, gênero e políticas para mulheres. Claro, se falou bastante de segurança, educação, de saúde de forma geral.

O debate teve bom conteúdo, inclusive político, mas não apenas.

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