Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) tem comício marcado para o começo da tarde deste sábado, 15, em Fortaleza, no polo de lazer do Conjunto Ceará. É um dos bairros mais emblemáticos de Fortaleza, e mais populosos. Está na divisa com Caucaia — especificamente, o distrito de Jurema.
O bairro foi, no passado, considerado reduto de Ciro Gomes (PDT), que disputou o primeiro turno da eleição presidencial.
Essa imagem foi criada na eleição de 1988. Ciro foi eleito pelo PMDB contra Edson Silva, candidato do PDT. A diferença foi de apenas 5.317 votos, a eleição mais apertada desde a redemocratização — aquela foi a última eleição antes de ser instituído segundo turno.
O voto era em papel e a apuração durou quatro dias. No terceiro dia, pela primeira vez, Edson chegou a ficar na frente na contagem, por algum tempo. No fim, a periferia decidiu e a vantagem obtida por Ciro no Conjunto Ceará assegurou a vitória.
No dia após ser confirmado vitorioso, Ciro fez, ao lado do então governador Tasso Jereissati, um grande showmício no Conjunto Ceará, com várias bandas de forró. O público foi estimado em 15 mil pessoas. "Meus amigos do Conjunto Ceará, meus amigos de Fortaleza, meu coração está tomado inteiro de gratidão ao povo de Fortaleza e do Conjunto Ceará", discursou Ciro.
(Foto: O POVO, 21/11/1988)Ciro Gomes fez showmício no Conjunto Ceará para comemorar eleição como prefeito de Fortaleza
Ao microfone, Tasso disse que o bairro foi escolhido para a comemoração porque foi ali que Ciro foi eleito. "Agradecemos os votos do Conjunto Ceará e recebemos esses votos de vocês com toda humildade, sem nenhuma arrogância e soberba", disse.
A campanha do adversário Edson Silva tinha apoio do movimento "Fortaleza sim, Cambeba não". O Cambeba era o bairro onde ficava a sede do governo e ficou marcado como símbolo daquela era administrativa.
Edson tinha, por sua vez, o apelido de "panelada". O locutor do showmício o ironizou, fazendo referência à iguaria popular aparentada: "Cambeba sim, buchada não".
Até hoje se fala da força de Ciro no bairro, mesmo que muitas vezes não tenha se confirmado. Em tempo de contagem manual de votos, a abertura das urnas de determinadas zonas acabava ficando muito marcada e com repercussão.
Mas, por exemplo, em 2012, o candidato de Ciro a prefeito, Roberto Cláudio, ficou atrás de Elmano de Freitas (PT) no bairro no primeiro turno, embora tenha revertido a situação no segundo turno. Para presidente, em 2018, Ciro foi o mais votado. Este ano, contudo, teve 4.558 votos, contra 17.739 de Bolsonaro e 22.964 de Lula.
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