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Solução para Praia de Iracema passa pela carcaça abandonada do aquário
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Solução para Praia de Iracema passa pela carcaça abandonada do aquário

Prefeitura anuncia grandes investimentos na Praia de Iracema, mas qualificação do espaço exige solução para o aquário, obra parada há quase uma década
Tipo Opinião
Projeto de revitalização da Praia de Iracema (Foto: Prefeitura de Fortaleza)
Foto: Prefeitura de Fortaleza Projeto de revitalização da Praia de Iracema

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O prefeito José Sarto (PDT) apresentou projeto para novas obras na Praia de Iracema. Contempla uma parte que não costuma receber a mesma atenção, até a tradicional comunidade do Poço da Draga. Isso é bom. A estética dos espigões me soou artificial, sem a cara das nossas praias. Mas isso é gosto. Um projeto de aproximadamente R$ 27 milhões, para começar em abril. Aquele é um pedaço importante para Fortaleza toda, mas para pensar em requalificação, há uma peça crucial, que passa pelo Governo do Estado. É o projeto do aquário, ou Acquario, como diziam à época.

Sem resolver o uso daquele espaço — que era para valorizar e virou ponto de degradação — não será possível dar uso saudável ao lugar. O equipamento é a carcaça inacabada de uma obra abandonada há quase uma década. Um monumento ao exagero e ao desperdício.

Um acerto de Camilo Santana (PT) foi decidir não enterrar mais dinheiro público ali. Isso tem de ser mantido. Agora, é preciso arranjar uma solução para minimizar o prejuízo financeiro e, sobretudo, urbano. Se for o caso de implodir a carcaça, fazer uma grande praça a beira-mar. Ou arranjar um uso. O que for. Mas, o governador Elmano de Freitas (PT) precisará resolver aquilo ali.

Mensagens cruciais que pedem para ignorar

A minuta de decreto para dar cara de legalidade a um golpe de Estado no Brasil é um documento devastador, mas o alcance que terá ainda está por ser medido. Está sendo investigado se o documento circulou entre pessoas da cúpula bolsonarista. A minuta mostra intenção e, mais que isso, a forma pretensamente legal de um golpe. Prova que a trama estava em curso. Chegar a quem teve acesso ao material mostraria os participantes da conspiração.

Na semana passada, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu para o material ser desconsiderado como prova. Uma graça. Alegaram que o documento não tem assinatura.

Se a minuta tivesse sido achada na calçada, no meio da rua, poderia talvez vir a ser desconsiderada. Uma vez que estava no armário da residência do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, ela não pode ser ignorada. É preciso ir a fundo para saber quem produziu o documento, quem tinha conhecimento da existência dele e como ele foi parar no armário de Anderson Torres. Quem seria beneficiado já se sabe: Bolsonaro.

O que me chama atenção é a facilidade com que certas autoridades pedem para simplesmente fingir que alguns documentos fundamentais nunca existiram. Por exemplo, o ex-juiz e senador eleito Sergio Moro (União Brasil-PR). Ele teve mensagens trocadas com procuradores da Lava Jato pelo site The Intercept, no que ficou conhecido como “Vaza Jato”. O teor era escandaloso. Mostrava combinação entre juiz e acusadores para prejudicar réus. Expunha ainda cálculo político na operação. Tudo flagrantemente ilegal.

Moro nunca negou. Disse que a origem das mensagens é ilícita — o que é fato. Mas, não disse que eram falsas. Dizia que não as reconhecia. Que talvez houvesse manipulação. Mas, até afirmava que não via nada demais no teor.

Bem, quanto à gravidade e à ilegalidade contida nas mensagens não há dúvida. A única resposta cabível ao ex-ministro era dizer que nunca participou de semelhante troca de mensagens, nem nada daquele tipo.
Sucessor de Moro no mesmo cargo, Torres deu uma primeira resposta como quem nem lembrava ao certo do que estava na minuta do golpe, como fosse uma banalidade. Ao depor, ficou em silêncio. Saiu-se melhor assim.

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