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O PT e o comando da bancada
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

O PT e o comando da bancada

Partido ficou isolado na eleição de pedetista para coordenar bancada cearense
Tipo Opinião
Eduardo Bismarck (PDT), deputado federal (Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados)
Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados Eduardo Bismarck (PDT), deputado federal

Partido do presidente da República e do governador do Ceará, o PT está isolado na bancada federal do Estado em Brasília. Na eleição da coordenação da representação do Estado no Congresso Nacional, Eduardo Bismarck (PDT) foi escolhido com folga, sem os votos apenas dos petistas e de Fernanda Pessoa (União Brasil). O episódio não deixou de ser um novo momento de enfrentamento entre petistas e pedetistas. Com a diferença de que Bismarck está na ala do PDT que apoia o governo Elmano de Freitas (PT). E o PT teve contra si praticamente todos os demais partidos.

A suposição do ex-ministro

O caso das joias dadas de presente a Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro fica mais estranho conforme se mexe. O ex-ministro Bento Albuquerque agora afirma à Polícia Federal que “apenas supôs” que seriam destinados ao casal. Ele mudou a versão original e disse que seriam destinados à União. Bem, não é o que ele afirmava em 2021, quando a comitiva tentou entrar ilegalmente com os presentes, nem o que dizia no começo do mês, quando o assunto estourou.

Mas, como é isso de suposição? Quer dizer que os monarcas sauditas mandam presente de R$ 16,5 milhões e não se dão o trabalho de dizer para quem era. Mandam um pacote milionário como se fosse uma réplica de camelô do Cristo Redentor ou um ímã de geladeira?

Segue a pergunta: se as joias seriam para a União, por que não tiveram a entrada regularizada, conforme orientou a Receita? Por que se seguiram as carteiradas?

O rio que ressurge a cada chuva

Jornalistas de Fortaleza já sabem há bastante tempo: quando começa a chover, o lugar para produzir imagens impactantes de alagamentos é a avenida Heráclito Graça. É uma das mais importantes avenidas de Fortaleza, corredor de ônibus, que recentemente passou por mudanças importantes na organização do tráfego. Liga o Centro à Aldeota. E acumula muita água com velocidade impressionante quando chove.
O problema está relacionado à história de Fortaleza. Uma situação que se verifica em muitos e muitos bairros: rios e lagoas aterrados, impermeabilizados. No caso, o Pajeú, riacho às margens do qual Fortaleza se desenvolveu.

O secretário da Infraestrutura da Prefeitura, Samuel Dias, que ocupou a função também quando Roberto Cláudio (PDT) era prefeito, diz que há projeto para resolver a situação de vez. Seria a construção de uma tubulação, como um rio subterrâneo ao lado do Pajeú — que hoje corre quase totalmente em tubulações de esgoto — para conduzir a água até o mar. O custo é estimado em R$ 60 milhões.

Mas, gente, francamente. É muito dinheiro, mas há gastos tão elevados com tanta coisa, há uma quantidade tão grande de financiamentos. Não é possível que, ao se priorizar resolver o problema, não se consiga recursos. Nas recentes obras da Beira Mar, por exemplo, foram gastos R$ 120 milhões. A questão da Heráclito Graça envolve a segurança das pessoas, não é uma questão secundária. O fato de haver outras áreas críticas de alagamentos em Fortaleza não é atenuante. Pelo contrário, piora as coisas.

Numa época em que já se discute a próxima eleição, um prefeito que der solução definitiva para problema tão crônico, e que atravessou tantas gestões, terá uma marca para mostrar.

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