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PDT, quem vai e quem fica
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

PDT, quem vai e quem fica

Enquanto Roberto Cláudio volta a criticar Elmano, mais um pedetista assume cargo no governo
Tipo Opinião
Tin Gomes com ex-colegas de Assembleia, na posse (Foto: Filipe Pereira / O POVO)
Foto: Filipe Pereira / O POVO Tin Gomes com ex-colegas de Assembleia, na posse

O ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT) criticou o crescimento do PIB cearense abaixo da média nacional. No mesmo dia, O ex-deputado estadual Tin Gomes, do mesmo partido, era empossado presidente das Centrais de Abastecimento do Estado do Ceará (Ceasa-CE). E bateu no grupo, liderado por RC, que quer o PDT na oposição ao governador Elmano de Freitas (PT). “Não existe oposição meio-termo. Ou você é oposição ou não é. O PDT não é oposição (...). É mais fácil quem quer se fazer oposição, sair do PDT do que dizer que o PDT é oposição”.

Também tratou da crítica que Roberto Cláudio fez a indicações políticas no Estado. “Fico admirado quando escuto meu amigo Roberto Cláudio criticar acomodações políticas, porque ele mesmo já o fez, na gestão da Prefeitura”.

Tin não é a primeira voz a sugerir que o grupo de Roberto Cláudio saia do PDT. O movimento soa improvável. Até porque é essa ala pedetista que tem o principal espaço do partido no Ceará: a Prefeitura de Fortaleza.

E ao lado deles está Ciro Gomes. Que anda sumido, mas deve ressurgir após a trégua de 100 dias para o governo Lula (PT). Política do Ceará sofrerá seus impactos.

Igreja contra a "deusa Ciência" e a favor do Messias Bolsonaro

Na celebração do dia de São José, padroeiro do Ceará, uma das datas mais importantes, portanto, da catedral de Fortaleza, o pároco, padre Clairton Alexandrino, fez discurso contra a posição da própria Igreja. Ele falou da pandemia de Covid-19, relembrou o isolamento social e criticou o fato de a Igreja Católica ter sido a favor do isolamento social. "Hoje em dia, se adora a 'deusa ciência’", ele disse.

Achei intrigante, para não dizer atrevido, o pároco, em pleno dia do padroeiro, usar o altar para questionar posições do próprio arcebispo, do próprio papa.

Retomar o assunto no atual momento não representa debate sobre as medidas de saúde. Tampouco é religioso. O sermão é político. O padre vai contra a ciência. A favor da fé? Não. É um alinhamento com o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL).

Em maio de 2020, o papa Francisco também falou sobre o combate à pandemia. Num momento em que, no mundo e no Brasil, discutia-se as medidas sanitárias e o impacto para a economia. "Curar as pessoas, que são mais importantes do que a economia". E acrescentou: "Nós, pessoas, somos templos do Espírito Santo, a economia não".

STM e a ameaça comunista

O cearense Joseli Parente Camelo assumiu a presidência do Superior Tribunal Militar (STM). Em entrevista na segunda-feira, 20, à rádio O POVO CBN, ele afirmou que o golpe militar de 1964 não deve ser comemorado. Porém, afirmou que a “revolução”, como a ela se refere, foi necessária. “Eu acredito que foi necessário, foi uma revolução e temos muito orgulho do que nós fizemos para realmente nós não vermos o comunismo no Brasil”.

É uma tese tão repetida quanto errada. É verdade que os comunistas tinham intenção de dar um golpe e instalar uma “ditadura do proletariado” no Brasil. Daí a terem a mais remota condição de fazer isso, terem estrutura, apoio, o que quer que fosse, vai enorme distância. Não é verdade que havia risco do comunismo no Brasil em 1964, como não há hoje.

Em 1937, Getúlio Vargas deu o golpe do Estado Novo também falando de uma ameaça comunista que não existe. O Brasil teve duas ditaduras causadas pelo medo de os comunistas implantarem uma ditadura, algo que nunca passaram perto de ter chances de fazer.

Além do mais, ninguém explica porque um tipo de ditadura — no caso de 1964, a dos militares — seria preferível a outras.

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