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Família êh, família ah
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Família êh, família ah

Briga entre irmãos tem efeito significativo sobre para onde irá a política estadual
Tipo Opinião
Ciro deu mais atenção à 
turma do PL que ao irmão, Cid (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal Ciro deu mais atenção à turma do PL que ao irmão, Cid

O convívio, ou não convívio, Ciro Gomes e Cid Gomes na posse no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) mostra o quanto a relação entre os irmãos não tem caminho para a solução. Na questão íntima não vou me meter. Do ponto de vista político, a questão tem impacto grande para o Ceará. Cid está se movimentando ao seu estilo, pragmático, e com intensidade que não demonstrava desde a época de governador para juntar os cacos do grupo. Ciro vai na direção oposta. Se recolhe e articula o PDT de Fortaleza no caminho oposto. Ou eles institucionalizam o rompimento, ou o movimento de um atrapalha o do outro, ou Cid acaba arrastando o clã a despeito de Ciro. Ou ninguém vai a lugar nenhum.

Bolsonaristas e bolsonaristas

Cid, a propósito, já falou das diferentes vertentes do bolsonarismo. Na mesma posse no TRE-CE, estava o deputado Carmelo Neto, cassado pelo tribunal junto com a bancada do PL. Estava lá para ser visto, manter relacionamento, enfim, buscar dar força para o recurso em que busca manter o mandato. Outro grão-bolsonarista no Ceará, André Fernandes jamais teria estômago para festividade social no tribunal que o cassou.

Além da crueldade, o atrevimento

Talvez não surpreenda, mas choca que os deputados brasileiros não tenham constrangimento em aprovar medida tão drástica contra povos indígenas, o tal Marco Temporal, apenas um punhado de meses após a revelação da tragédia humanitária enfrentada por povos yanomami na Amazônia.

Nada a ganhar

Lula errou na manifestação sobre Nicolás Maduro. A Venezuela é um regime de autoritarismo galopante. Porém, o fato de o presidente brasileiro estar errado vai além da avaliação sobre o regime chavista. Há concepção equivocada sobre o papel das relações internacionais. A diplomacia brasileira existe para cuidar dos interesses do País. Não há problema, ao contrário, em defender causas humanitárias internacionais. (As potências mais predatórias tentam fazer crer que defendem o bem do planeta quando cuidam dos próprios interesses.) Faz sentido o Brasil manter relações com a Venezuela. O convívio em foros internacionais é instrumento mais eficaz para pressionar por mudanças que manter em isolamento. Daí a se comprometer com autocracias vai longo caminho.

Autoritarismo ruim não é só o dos outros

Lula errou, mas que coisa fajuta a indignação dos bolsonaristas. O ex-presidente Jair Bolsonaro não apenas era aquinhoado com joias pelo absolutismo teocrático da casa de Saud, que dá nome à Arábia Saudita — veja a situação. Ele também se projetou na política ao defender e exaltar os ditadores e torturadores do período militar no Brasil. Mas parece que tem gente que só se preocupa com o autoritarismo do lado de lá da fronteira. Ou não liga quando é cometido pela direita, assim como a esquerda é tão tolerante com os seus tiranos.

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