Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Foto: Leonardo Prado/Câmara dos Deputados
VALDEMAR foi preso por porte ilegal de arma de fogo
A situação do PL, que quer expulsar o deputado cearense Yury do Paredão, mostra como os partidos que deixam o poder ficam confusos. Uns já são confusos no poder, que dirá quando perdem. Só piora. O PDT no Ceará é mostra disso. Não é que tenha deixado o poder, mas deixou de integrar a aliança governista, perdeu a eleição, e agora está em cargos governamentais e na base de apoio, mas de forma meio enjambrada.
Em tempos mais ou menos recentes, o PSDB no Ceará foi caso de partido que perdeu a eleição, em 2006, e depois acabou por perder o rumo. Até hoje busca reencontrar.
O PT é um desses partidos que é confuso já no poder. Porém, há um nível de consistência programática e identidade mínimos que permitiram manter nível de coesão mesmo depois de deixar o governo e de o principal líder, Lula, ser condenado e preso. A preservação desse eixo foi fundamental para que, sete anos após a queda, o partido retornasse. Não bastaria a popularidade de Lula, numa eleição apertada como foi a de 2022, não houvesse um alicerce.
Verdade que a forma como o PT saiu, via impeachment de Dilma Rousseff, é heterodoxa. Se isso contribui ou atrapalha para deixar o partido mais confuso quando perde não dá para responder. Talvez tenha conferido uma justificativa e uma bandeira de protesto. “É golpe”. Derrota eleitoral é diferente. A busca por culpados se volta para dentro. Eis o PDT.
O centrão na Esplanada
Por falar em entrar ou sair do poder, o centrão não sai nunca. No máximo aguarda um tempo enquanto negocia, é o que acontece agora. O grupo tem suas cotas desde o início do governo, mas o espaço vai crescer e contemplar as siglas que abraçaram a campanha de Jair Bolsonaro (PL) mais vigorosamente. Progressistas, partido de Arthur Lira, e Republicanos, da Igreja Universal, serão contemplados.
Sempre foi assim. O centrão surgiu no pós-redemocratização no governo José Sarney, apoiou Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso, Lula na primeira passagem, Dilma, até as vésperas do impeachment, Michel Temer e Bolsonaro. Este último apesar de o general Augusto Heleno, um dos mais fieis aliados, ter cantado: “Se gritar pega centrão, não fica um meu irmão”. A paráfrase era com “pega ladrão”.
Recém-indicado ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil-PA) disse à Folha de S.Paulo: “O centrão já está virando uma coisa positiva”. Para quem?
Mais ricos são os que mais desconfiam de Lula
Pesquisa Ipec divulgada ontem mede a confiança dos brasileiros no presidente Lula e em várias instituições. O índice é superior ao dos antecessores de Lula — Bolsonaro, Temer e Dilma. De 0 a 100, a confiança média em Lula é de 50.
Quando se faz recortes sociais, observa-se que a desconfiança no presidente é maior entre as classes A e B. Os ricos e a classe média alta têm mais pé atrás em relação a Lula que, por exemplo, os evangélicos, segmento no qual a força de Bolsonaro é significativa e, portanto, Lula tem tido mais dificuldade. Entre eles, a confiança fica em 43.
No Nordeste, a credibilidade conferida a Lula reflete o resultado eleitoral: 66 pontos, frente a 50 da média nacional.
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