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PDT a caminho do ultimato
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

PDT a caminho do ultimato

Quando o partido for para um lado, a outra banda tende a se retirar
Tipo Opinião
Reunião do PDT, 
antes de a coisa desandar (Foto: PDT/Divulgação)
Foto: PDT/Divulgação Reunião do PDT, antes de a coisa desandar

Quem diria que o PDT no Ceará chegaria a nível talvez nunca visto de conflagração interna, a ponto de se temer agressão física, em momento no qual Ciro Gomes está publicamente distante das questões da política local. Houve gritos, murros na mesa e, no fim, o grupo do presidente nacional André Figueiredo se retirou em protesto. O partido tem atravessado muito conflito, mas as reuniões costumavam terminar, mesmo quando inconclusivas.

A questão que divide o PDT é apoiar ou não o governo Elmano de Freitas (PT). Aliás, sobre dar ou não caráter oficial a esse acordo. Porque o apoio já existe. O partido tem três secretários estaduais, ocupa outros cargos em escalões inferiores, quase toda a bancada vota em peso com o governador. Pode parecer coisa menor. Mas se tornou ponto de honra no partido.

O equilíbrio, ou desequilíbrio, de forças se dá assim: o grupo liderado por Cid Gomes tem controle muito amplo do diretório estadual. Se for para o voto, como se queria fazer nesta sexta, faz valer facilmente sua posição — de apoiar Elmano.

Porém, a ala de André, que tem o respaldo do ex-prefeito Roberto Cláudio e do prefeito José Sarto controla a interlocução com o comando nacional. André está na presidência. Quem comanda de fato o partido é Carlos Lupi, afastado para ser ministro da Previdência. Porém, ele já demonstrou ter intenção em compor com Cid e não bater de frente. Contemporizar está cada vez mais difícil.

Aproxima-se o momento de o PDT tomar uma decisão. Quando o partido for para um lado, o outro tende a se retirar.

Bolsonaro no shopping de Tasso

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma passagem-relâmpago pelo Iguatemi. Comeu uma pizza — sobrou bastante — e saiu tão ligeiro que parecia não querer pagar estacionamento.

O shopping pertence a Tasso Jereissati (PSDB), que fez muitas críticas a Bolsonaro antes de ele virar presidente e ainda mais depois.

Não sei se o ex-senador gostou da visita ao estabelecimento. Era horário de pico, causou um alvoroço. Por outro lado, Tasso é homem de raro tino comercial, e um cliente é um cliente.

Prévia para 2024

Neste domingo ocorrem as maiores eleições do ano no Brasil, para conselheiros tutelares. Todo eleitor pode participar. São funções de muita importância, atuam na garantia de direitos e contra violações contra crianças e adolescentes.

Os interesses envolvidos vão além. Os conselheiros atuam na ponta do contato com o público, próximos de populações vulneráveis e estão capilarizados por todos os municípios. Claro que os políticos estão de olho.

É uma plataforma de projeção para quem quer ser vereador. Quem já tem mandato parlamentar muitas vezes atua para emplacar aliados numa das cadeiras. E recebe apoio em troca em eleições subsequentes.

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