Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
No PDT, não encontro quem aposte na permanência dos vários grupos dentro do partido. A briga vai se desenrolar por algum tempo. Alguém levará o partido, quem perder vai sair. Quando vai sair dependerá do tamanho do risco aos mandatos.
A situação está judicializada. O movimento da semana passada, com os membros do diretório sendo declarados inativos do dia para a noite, soou heterodoxo. Pode ser que a Justiça reverta. Mas, pela história da política brasileira, parece-me muito difícil que o grupo de André Figueiredo, que comanda o diretório estadual, saia derrotado.
Por ter razão? Não necessariamente. Mas, a estrutura dos partidos políticos no Brasil, a forma como se organizam, dá enorme peso ao comando nacional. Um grupo dentro do diretório estadual vencer queda de braço contra presidente nacional seria um feito e tanto.
O grupo do senador Cid Gomes está na briga, mas vários aliados querem saber qual o plano B. Eles vislumbram que o mais factível é terem de sair.
A questão dos mandatos
Janela para deputado trocar de partido, só em março de 2026. Os parlamentares não colocarão os próprios mandatos em risco. Argumento para sair do PDT existe para quem quiser, de qualquer lado. É uma confusão, uma intriga tão medonha que acho que um juiz haverá de dar razão. Aprova a saída sem nem se debruçar sobre aquela barafunda.
Porém, sem a segurança judicial para isso, os deputados não colocarão em risco mais de meio mandato pela frente.
E aí pode ser que esse pessoal todo siga no PDT por mais de dois anos. Imagine o convívio saudável até lá.
Evandro vai na boa, ou não vai
Presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão condiciona a saída do PDT a obter ganho de causa na ação que move na Justiça para poder sair. Sem isso, ele praticamente abre mão do projeto de candidatura a prefeito de Fortaleza. Porém, colocar o mandato em perigo seria demais.
A Terra se move
A pesquisa Opnus que O POVO divulga nesta terça-feira mostra tendência conservadora de grande parte da população — Estado governado e de maioria política da esquerda. Mesmo quem votou em Lula no segundo turno de 2022 tem posturas conservadoras em temas como aborto e liberação de drogas.
Um dos aspectos que mais chamam atenção é o casamento homoafetivo. É onde há mais divisão de opiniões: 47% são a favor de manter a liberação, 46% querem a proibição.
Particularmente interessante o recorte por idade. Entre quem tem até 24 anos, 63% são pró-liberação e 30% pela proibição. A defesa da permissão cai conforme a idade avança, assim como os adeptos da proibição aumentam. Na faixa de 60 anos ou mais, o percentual favorável à liberação é de 27%, enquanto 63% são contra.
Isso mostra que, a cada geração, o preconceito diminui e menos gente acha que o Estado deve se intrometer na vida afetiva e íntima das pessoas. É o rumo em que a Terra se move, mesmo que devagar, quase parando.
É análise política que você procura? Veio ao lugar certo. Acesse minha página
e clique no sino para receber notificações.
Esse conteúdo é de acesso exclusivo aos assinantes do OP+
Filmes, documentários, clube de descontos, reportagens, colunistas, jornal e muito mais
Conteúdo exclusivo para assinantes do OPOVO+. Já é assinante?
Entrar.
Estamos disponibilizando gratuitamente um conteúdo de acesso exclusivo de assinantes. Para mais colunas, vídeos e reportagens especiais como essas assine OPOVO +.