Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
O plano de Cid Gomes (PDT) não é apenas apoiar o governo Elmano de Freitas (PT). Ele sempre fala em recompor a aliança que ele mesmo iniciou em 2006 e não queria que tivesse sido rompida em 2022. No fundo, o principal projeto do senador hoje é seguir relevante na política cearense. Não qualquer relevância, mas de protagonista, líder do bloco hegemônico. O tamanho do poder de fogo que Cid manterá vai ficando menor quanto maior é a demora em decidir o destino político.
Cid não gostou quando Evandro Leitão saiu na frente e anunciou a filiação ao PT sem esperar o restante do grupo. O senador disse que o movimento frustrava o plano de o grupo sair em bloco do PDT e ir junto para o mesmo partido. “Espero que seja só ele”, disse Cid na ocasião. Não foi.
Cinco prefeitos, de imediato, anunciaram filiação ao PT, na carona de Evandro; Os de Barbalha, Chaval, Granja, Icó e Uruoca. Em pleno Natal, Dilmara Amaral, prefeita em exercício de Limoeiro do Norte, anunciou a ida ao Republicanos.
O plano do senador era levar ao novo partido entre 43 até 46 prefeitos, mais 10 deputados estaduais e 4 suplentes, e mais 4 deputados federais. À rádio O POVO CBN Cariri, o deputado federal Idilvan Alencar expôs que essa saída do PDT agora, fora da janela, não é simples. Pode ser que ele fique no partido. Por que Cid quer a migração em bloco? Foi assim que o grupo fez desde que saiu do PMDB para o PSDB, na carona de Tasso Jereissati. Foram em bloco para PPS, depois PSB, Pros e agora PDT. Qual a razão? Por serem muito amigos? Não, né. Quando desembarca uma força política desse tamanho, eles têm mais força para negociar o novo partido e o apoio do grupo.
Interessa que seja assim para os membros do grupo? Sim, é melhor ser parte de um grupo forte que de um fraco. Porém, o interesse maior é de quem lidera. É de Cid. Para quem está embaixo, às vezes há questões locais que pesam mais. Por isso alguns prefeitos — que serão candidatos ou lançarão aliados no ano que vem — estão se movimentando.
Não vislumbro o grupo de Cid sofrer defecções a ponto de desunerar de vez. Seguirá relevante. Não penso que perderá, sei lá, metade dos mais de 40 prefeitos. Porém, mais de 10% já foram e outros são capazes de ir. O partido também não ficará mais com a maior bancada de deputados estaduais. De imediato, poderá ter uma representação reduzida de deputados federais.
Sinal em direção ao PSB
Dilmara Amaral, prefeita de Limoeiro do Norte, frequentou as reuniões do grupo de Cid para debater a filiação em bloco. Ela é vice-prefeita e exerce mandato desde outubro, quando o titular, José Maria Lucena, foi praticamente obrigado a se licenciar, por não conseguir governar devido a problemas graves de saúde. Ele não queria se licenciar por estar rompido com a vice.
Lucena é filiado ao PSB. O partido é o mais provável destino do grupo de Cid. Enquadra-se no que citei acima. Pela circunstância local, o partido é praticamente inviável para Dilmara. O movimento da prefeita é mais um sinal de que a tendência é o grupo ir mesmo para o PSB.
Guimarães vai a Roma e deve ver o papa
O deputado federal cearense José Guimarães, líder do governo Lula na Câmara, viaja a Roma em 6 de janeiro, como parte de comitiva do PT. Na agenda está prevista audiência com o papa Francisco.
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