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Força do PSB no Recife atrapalha pressão do PDT em Fortaleza
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Força do PSB no Recife atrapalha pressão do PDT em Fortaleza

PDT condicionou apoio ao PSB no Recife a receber apoio em troca enm Fortaleza. Mas, deixar de apoiar o prefeito João Campos na capital pernambucana, pelo que mostram as pesquisas, parece mal negócio
JOÃO CAMPOS, popular prefeito do Recife (Foto: Reprodução/Instagram)
Foto: Reprodução/Instagram JOÃO CAMPOS, popular prefeito do Recife

O grupo do senador Cid Gomes desembarca do PDT e se filia domingo ao PSB. Será um daqueles eventos que demarcam mudança de cenário na política do Ceará. Nenhuma força dessa relevância mudou tanto de partido no Ceará em toda a história política. Sempre provocou um rebuliço. Quando acompanharam Tasso Jereissati do PMDB para o PSDB, em 1990, ao saírem do PSDB para o PPS, em 1997, do PPS para o PSB, em 2005, do PSB para o Pros, em 2013, e desse para o PDT, em 2016. A cada migração, surgia ou a segunda ou a primeira força política do Ceará, e assim será desta vez. É bem provável que o PSB nasça como partido com maior número de prefeitos no Estado. No mínimo será o segundo maior.

A ida para o PSB esbarrava em obstáculo vindo de Pernambuco. O PDT Nacional condicionou a aliança com o prefeito do Recife, João Campos (PSB), ao apoio em Fortaleza do PSB ao prefeito José Sarto (PDT). Fortaleza é a maior prefeitura pedetista no País, assim como Recife é a maior do PSB. Hoje, os pedetistas estão na vice de Campos.

O problema para a pressão pedetista é que João Campos aparece muito bem nas pesquisas e é muito forte para a reeleição. Está cheio de partidos de olho na vaga de vice. Em entrevista nesta terça à rádio CBN, o presidente Lula sinalizou o interesse na parceria. O PT quer a vaga. Os ventos da política mudam, mas, deixar de apoiar Campos parece hoje pior para o PDT que para o PSB. A pressão, assim, não evitou o ingresso do grupo cidista que, assim, alinha o PSB ao governismo estadual.

O que é feito do dinheiro que não vai para festas

Estamos em plena temporada de prefeitos posarem de parcimoniosos com o patrimônio público. É fácil. Cancelam festejos de Carnaval e dizem que irão investir em saúde, ou em ações devido a seca, ou em qualquer outra coisa que, de fato, é prioridade. A demonstração de senso de prioridade muitas vezes não passa de populismo.

Outro dia, por exemplo, o prefeito de Maranguape, Átila Câmara (Solidariedade), informou que não haveria festejos de Carnaval para não comprometer as finanças municipais. Agora, a mesma prefeitura promove uma programação diversificada de Pré-Carnaval. Bom vê o caixa recomposto tão ligeiro. Semana passada, porém, o prefeito de Carnaubal, José Welinton Souza (PDT), cancelou o Carnaval para investir em saúde, educação e infraestrutura.

Lazer, entretenimento e cultura costumam ser vistos como supérfluo, principalmente por quem tem dinheiro para pagar por isso. Para a parcela mais pobre da população, faz diferença. Claro que não é mais importante que saúde, segurança, educação etc. Mas, não está no fim da escala de prioridades, algo para só investir quando não houver mais nenhum problema.

Em situações emergenciais, claro que é razoável suspender eventos festivos. Porém, muitas vezes eles são cancelados e os problemas que se pretendia combater não parecem ser aplacados.

É muito mais comum assistir a político dizendo que vai cancelar eventos para usar o dinheiro em algo mais importante do que ver a prestação de contas de como o recurso acabou usado. Quantas vezes você viu prefeito aparecer e dizer: “Está aqui, estou entregando esta obra ou este serviço, resultado do dinheiro que deixou de ir para a festa”?

A polêmica do Carnaval de Aracati

Um bom exemplo é Aracati. Até em veículos nacionais há notícia sobre o espanto com o investimento para trazer Ivete Sangalo e outros artistas. Deve ser coisa de quem não conhece o Carnaval aracatiense e vai pelo aspecto potencialmente folclórico de uma cidade que não é capital e não é tam conhecida fora do Ceará. Duvido muito que o Carnaval de Aracati não se pague e ainda dê lucro. Mobiliza a cidade, a economia local, o comércio. Muita gente coloca casa para alugar e ganha bom dinheiro. Fica bastante dinheiro no Município. E Ivete obviamente é uma atração muito grande, mas em outros anos também houve nomes de peso. Em 2023, houve shows de Pabllo Vittar e Nattanzinho. Em 2019, Anitta foi a atração principal.

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