Bolsonaro mostra a força que se sabia ter, expõe preocupação e pode ter se complicado mais ainda
Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Existe um debate sobre a contagem de público no evento chamado por Jair Bolsonaro (PL) em São Paulo cuja relevância me parece pouca. Não tenho capacidade de fazer estimativa de público em multidões, mas sei que havia muita gente. Com o peso que Bolsonaro colocou na convocação, sabia-se que haveria muita gente mesmo. Ele queria mostrar força a conseguiu. Mostrou a força que já se sabia que ele tinha.
Bolsonaro também se mostrou preocupado. Está acuado. Quem viu a forma como ele vociferou em 2021, por exemplo, encontrou o ex-presidente muito mais contido. Disse ser pacificador. Depois de colocar fogo em outros momentos. E ao lado de um incendiário Silas Malafaia.
O ex-presidente queria mostrar força em defesa própria contra as investigações que fecham o cerco contra ele. No fim das contas, a situação está melhor para ele do que estava antes de domingo? Duvido muito. Ele se atrapalhou nas palavras e produziu provas contra si. Não apenas reconheceu como justificou a razão do documento golpista.
Anistia para quem tenta golpe de Estado?
A grande aposta de Bolsonaro é buscar no Congresso Nacional anistia. Colocou os investigados do 8 de janeiro no meio, mas o objetivo é proteger a si próprio. A suspeita é de tentativa de golpe de Estado. Se atentar contra a democracia receber anistia dos parlamentares brasileiros, que grave precedente será aberto. Que risco para o próprio sistema democrático.
Fico a me perguntar a abrangência do projeto de anistia. Abrangeria os terroristas que colocaram uma bomba num caminhão de combustível próximo ao aeroporto de Brasília?
A busca de legitimidade
Ao justificar a minuta golpista, no que Bolsonaro pode se enrolar bastante, o ex-presidente disse que não haveria golpe se fosse usado dispositivo da Constituição, e aprovado pelo Legislativo. Não espero que quem despreza a história e os professores saiba disso, mas o golpe de 1964 passou por votação no Congresso, que declarou vago o cargo de presidente, apesar dos protestos que desmentiam em plenário que João Goulart tinha deixado o Brasil. Depois, os parlamentares elegeram presidente. Toda uma fachada de legitimidade ao que aconteceu: golpe. Que Bolsonaro defendeu toda vida.
Fortaleza se candidata a receber voo direto de Luanda
O vice-prefeito de Fortaleza, Élcio Batista (PSDB), reuniu-se na semana passada com representantes da TAAG Linhas Aéreas, controlada pelo governo de Angola. A companhia passa por momento de reestruturação, há um novo aeroporto recém-inaugurado e o objetivo é aumentar o número de passageiros e transporte de cargas. Novas rotas estão em análise pela companhia. “É tudo que a gente quer”, disse Élcio à coluna.
O novo aeroporto internacional da Região Metropolitana de Luanda, o Dr. António Agostinho Neto, foi inaugurado em novembro passado. Élcio apresentou as vantagens de Fortaleza receber o voo para o Nordeste brasileiro, com possibilidade de fazer a conexão para outros lugares, inclusive os Estados Unidos. A receptividade, na avaliação do vice-prefeito, foi positiva. Representantes da companhia foram convidados para conhecer Fortaleza e o aeroporto Pinto Martins. Élcio destaca que a África é oportunidade de intercâmbio econômico para a Capital.
É análise política que você procura? Veio ao lugar certo. Acesse minha página
e clique no sino para receber notificações.
Esse conteúdo é de acesso exclusivo aos assinantes do OP+
Filmes, documentários, clube de descontos, reportagens, colunistas, jornal e muito mais
Conteúdo exclusivo para assinantes do OPOVO+. Já é assinante?
Entrar.
Estamos disponibilizando gratuitamente um conteúdo de acesso exclusivo de assinantes. Para mais colunas, vídeos e reportagens especiais como essas assine OPOVO +.