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A mudança na articulação política de Elmano
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

A mudança na articulação política de Elmano

Cargo sempre esteve nas mãos dos chamados "homens fortes" dos governadores. Numa bem-vinda ruptura, Augusta Brito será provavelmente a primeira mulher na função no governo do Ceará
Tipo Opinião
AUGUSTA BRITO (PT) ficou no mandato de senadora mais de um ano (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)
Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado AUGUSTA BRITO (PT) ficou no mandato de senadora mais de um ano

A ida de Augusta Brito (PT) para a Articulação Política do governador Elmano de Freitas é um marco. O leitor pode me ajudar, mas não me recordo de a função ter sido, no Governo do Ceará, exercida por mulheres.

A área tem funcionado de modo diferente a depender do governo. Dos governos Tasso Jereissati e Ciro Gomes até o de Lúcio Alcântara, a Secretaria de Governo (Segov) acumulava a coordenação das ações de governo com a articulação política. Quando Cid Gomes (PSB) assumiu, a secretaria virou Casa Civil e ficou voltada para a gestão. Articulação passou para o Gabinete do Governador. Camilo Santana (PT) manteve o modelo no primeiro mandato. No segundo, unificou a Casa Civil e a chefia de gabinete. Elmano de Freitas separou a Casa Civil, gerencial, da Articulação Política.

De uma maneira ou outra, sempre foram designados para a função os chamados “homens fortes” do governador. Gente como Sergio Machado, Assis Machado, Luiz Pontes, Arialdo Pinho e Ivo Gomes. Como Camilo, passaram pela função nomes como Élcio Batista (PSDB) e Chagas Vieira. Augusta será a primeira mulher.

Não entenderam ou se fazem de desentendidos?

O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) divulgou uma imagem durante a Semana Santa que tem causado polêmica com políticos conservadores. Falam que é uma ofensa a Jesus Cristo. Como é difícil serem tão desprovidos de capacidade de interpretação, provavelmente é mais uma maneira de mobilizar o aspecto religioso para obterem voto. Costuma ser eficaz. A imagem em questão circula, em diferentes versões, há uns dez anos. Nela, há Jesus crucificado e guardas, que dizem: “Bandido bom é bandido morto”.

A ironia é evidente com o fato de Jesus ter sido preso, torturado e morto pelas autoridades. Se vivessem na época de Jesus, tem um monte de gente por aí que diria para ele, sim: “Bandido bom é bandido morto”. A imagem não ataca Jesus. Ataca os conservadores que não entenderam a mensagem. Ou entenderam.

Em tempo, na semana passada, na cerimônia do lava-pés, o papa Francisco beijou os pés de mulheres encarceradas. Tem sido tradição a inclusão de detentos nesse rito, que pela primeira vez incluiu apenas mulheres. É da tradição do cristianismo o acolhimento aos presidiários, o perdão e a pregação nas prisões. Até porque muitos dos líderes foram perseguidos e presos. Uma das modas do século XXI é este cristianismo implacável, sem perdão, piedade, que defende torturador e prega a morte.

Célio e a secretaria

A coluna comentou ontem o desalento da Secretaria da Proteção Animal. A esse respeito se manifestou o novamente e ao menos por enquanto ex-secretário Célio Studart (PSD). Em nota, a assessoria destaca que a pasta está “muito bem já instalada e a todo vapor com os trabalhos”. Diz que a secretaria obteve CNPJ em tempo recorde. “Isso é um exemplo da diligência e celeridade na condução dos trabalhos na secretaria, visada em âmbito estadual nunca visto antes no Nordeste”. Menciona ainda os editais lançados no mês passado. “E como seu cargo original é de deputado federal, é normal que ele transite entre mandato e secretaria em demandas como destinação de emenda ou votação de projetos importantes. E isso não quer dizer que a secretaria fique desassistida”, argumenta.

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