Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
O prefeito José Sarto (PDT) se queixa há tempos do Governo do Estado. Primeiro por não ser recebido. Conseguiu uma audiência após sete meses. De lá foi formado um grupo de trabalho para tratar das ações em comum. “Teve uma reunião e parou”, resumiu após ser entrevistado na rádio O POVO CBN. Por que as parcerias não andam? “Pergunte ao governador”, ele respondeu. Ele não parece ter mais esperanças de apoio. “O prefeito José Sarto está com o povo e Deus”.
Reclamações do prefeito vêm de tempos, embora estejam mais incisivas. O que mais me chamou atenção foi o fato de estender a reclamação ao Governo Federal. “Pela primeira vez em Fortaleza nós temos remédio em casa, passe livre estudantil, mas temos pela primeira vez em Fortaleza a Prefeitura sem nenhuma pactuação institucional com o Estado e União”.
Se o PDT é oposição estadual, em Brasília é situação. Tem até ministro, Carlos Lupi, que estava em Fortaleza na semana passada. Aliás, a interlocução que consegue no plano federal, segundo Sarto, é por meio de Lupi e dos deputados federais André Figueiredo e Mauro Filho, todos pedetistas. Mesmo assim, segundo ele, o retorno é muito pequeno.
Preocupação
Conforme o repórter Lucas Barbosa mostrou aqui no O POVO, o mês de março foi o mais violento desde 2020. Foram 278 crimes violentos letais intencionais (CVLIs) — soma de homicídios dolosos, feminicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte.
Vale lembrar, março de 2020 foi o mês logo a seguir do motim de policiais militares. O movimento chegou ao fim no dia 1º daquele mês. Os efeitos foram sentidos ainda por muito tempo.
Na comparação com março de 2023, houve aumento de 22,46% nos crimes de mortes violentas no Estado.
Elon Musk e o “advogado pessoal” de Lula
O excêntrico magnata Elon Musk criticou o fato de Lula ter indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF) advogado pessoal, Cristiano Zanin. Eu fiz a mesma crítica. O problema é que não se trata de caso isolado. Todo amiguinho de Elon Musk, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), antes de escolher o ministro Nunes Marques, falou sobre como tomaria a decisão. “Vou indicar para o Supremo quem toma cerveja comigo, é o critério da confiança da lealdade mútua”.
Não são propriamente advogados pessoais, mas é regra os presidentes indicarem ministros para o STF. Itamar Franco, Michel Temer, Bolsonaro e Lula, no segundo mandato, indicaram um integrante dos respectivos governos, cada, para o Supremo. Fernando Henrique Cardoso escolheu dois. Você pode dizer, com razão, que é melhor jurista do governo do que o advogado pessoal. Mas, pergunta aos bolsonaristas se eles preferiram a indicação de Zanin ou do então ministro de Lula, Flávio Dino, indicado já no atual mandato.
Fernando Collor foi mais longe e mandou para o STF o primo, Marco Aurélio Mello.
Não quer dizer que nada disso está certo. Pelo contrário. Mas, a crítica isolada de Elon Musk ignora parâmetros há muito usados para a composição do Supremo.
Aliás, se os bolsonaristas se tornaram tão criteriosos quanto a indicações para o STF, poderiam fazer um tardio reconhecimento a Dilma Rousseff (PT). Como já escrevi, foi, dentre os presidentes da redemocratização para cá, quem fez indicações sem incluir ninguém do próprio governo nem do círculo pessoal.
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