O saldo dos debates para os candidatos em Fortaleza
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Foto: Fco Fontenele
Debate do O POVO com os candidatos à Prefeitura de Fortaleza, na sede da OAB-CE, onde foram realizados também os debates com os candidatos de Caucaia e Eusébio
A ideia de ganhar ou perder debate em absolutamente relativa. Aos olhos de quem apoia aquele político ou aquela ideia, o melhor tende a ser ele. Acontece de quem mais bater, e aparentemente sair por cima, ficar mal visto e com imagem de arrogante. Quem apanha de vários adversários pode atrair simpatia. Ou não. A rigor, não há uma impressão que seja comum a todos. Depende do perfil de cada público.
É menos complicado dizer quem conseguiu falar a novos eleitores, quem foi capaz de crescer. Nesse sentido, é fácil apontar que o debate no O POVO em Fortaleza foi positivo para George Lima (Solidariedade), que produziu um viral nacional, ainda que de gosto discutível. Para Técio Nunes (Psol) também foi positivo. Ao serem chamados de inexpressivos por André Fernandes (PL), podem ter ficado como vítimas. As reações de ambos, embora muito duras, dominaram um trecho do debate, o que chega a ser surpreendente. O que permite dizer que foi bom para ambos é o fato de estarem os dois lá embaixo. Têm quase nada a perder.
Aliás, o que um candidato tem a perder ou ganhar em um debate é crucial nas avaliações de um debate. Quanto mais em cima um candidato, mais tem a perder. Daí se entender a postura de Capitão Wagner (União Brasil), de poucos riscos.
Até tempos atrás, não era usual postura agressiva de quem está no poder. Mas, principalmente quando não lidera as pesquisas, essa tem sido uma tônica e tem sido a postura de José Sarto (PDT). Alvo dos demais, ele bate para não ficar só apanhando. Ocupa um lugar nas pesquisas em que tem algo a perder, mas precisa também ganhar espaço.
André Fernandes e, mais ainda, Evandro Leitão (PT), praticamente só têm a ganhar em debates. Largam de um patamar que é difícil pensar em queda. A questão é como subir muito e rápido.
André busca demonstrar maturidade e tem desempenho que até foge do esperado, que seria a tecla do bolsonarismo. Aborda temas que efetivamente são da cidade. Mas, ao desdenhar dos pequenos, assume riscos.
O ruim de ontem é o bom de hoje
As campanhas mudaram. O que ontem era desastre hoje é a glória de um candidato. O debate vale menos que o momento em si. É uma plataforma para gerar cortes. O ápice é virar meme.
Tempo da campanha
Eleitores de Evandro Leitão (PDT) e André Fernandes (PL) demonstraram preocupação pelo fato de os candidatos estarem atrás dos líderes e avançarem em ritmo lento, conforme as mais recentes pesquisas. Ocorre que isso não surpreende nem é motivo para as candidaturas entrarem em pânico. O tempo de campanha até aqui é pouco. O rádio e a televisão entraram agora. É nesse momento que haverá maior possibilidade de mudanças. A tendência é Evandro e André crescerem e a campanha ficar bem embolada.
Para não dizer que estou falando isso agora, retomo o que escrevi em 11 de julho: “A história mostra que há poucas oscilações significativas antes de a campanha começar. A não ser que haja um acontecimento muito extraordinário. A essa altura, a maior parte das pessoas simplesmente não está prestando atenção em política. Improvável, por isso, mudança de impacto”. Portanto, por mais que houvesse ansiedade das candidaturas, era natural que houvesse poucas oscilações nas pesquisas. O maior potencial de alta, mas também nada extraordinário, era justamente de Sarto, por estar no cargo de prefeito. E ele teve a maior oscilação para cima. Tudo dentro do script.
Escrevi ainda: “A pré-campanha fala ao pequeno, mas influente, segmento que acompanha política. Fala aos próprios políticos, afeta as alianças e mexe com financiamento. Posiciona os pré-candidatos. Mas, a briga por voto, mesmo, só começa daqui a mais de um mês”. O momento está começando agora.
Tudo que aconteceu até agora em Fortaleza está dentro do previsto para uma campanha extremamente equilibrada, com quatro candidaturas fortes, competitivas. Nenhuma está garantida no segundo turno e as quatro têm chances, hoje, muito próximas. Os movimentos até aqui corroboram essa tendência.
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