Quem está indo para onde nas pesquisas em Fortaleza?
Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
As diferenças entre as pesquisas AtlasIntel e 100% Cidades/Futura para prefeito de Fortaleza causam muitas perguntas e dúvidas. Abordei ontem aspectos metodológicos e as diferenças nos números entre elas. Porém, os números, isoladamente, não são o mais importante. Em qualquer pesquisa, o mais relevante é ver os movimentos e para onde caminham os candidatos.
Olhando estritamente o resultado das últimas pesquisas, a maior diferença está em Evandro Leitão (PT). Na Atlas, há quádruplo empate na liderança e ele está no meio, em posição de destaque. Na Futura, o empate é triplo, e Evandro apenas observa de um distante quarto lugar. A considerar que a pesquisa aferiu o real sentimento do eleitor, nesse cenário o petista estaria fora do segundo turno se a eleição fosse hoje — e é sempre bom lembrar que não é hoje.
Mas, ao observar os movimentos, a diferença maior é em relação a José Sarto (PDT). Na pesquisa Futura, ele tem uma disparada de 9 pontos. Na Atlas, uma oscilação negativa de mais de três pontos.
Entender as variações
A pesquisa Atlas, contratada pelo Focus Poder, foi realizada de 30 de agosto a 4 de setembro. A Futura, realizada com recursos próprios, começou antes e terminou na mesma data: foi de 27 de agosto a 4 de setembro.
A Atlas anterior era de 2 a 7 de agosto. A Futura anterior começou na mesma data e terminou um pouco depois, de 2 a 10 de agosto. O intervalo entre o término de uma Atlas e o início da outra é maior por pouca coisa. Os períodos de campo são parecidos e, portanto, as variações se deram mais ou menos na mesma época. A disparidade chama atenção.
Claro que são pesquisas diferentes, com metodologias distintas. Não se pode cruzar as duas para dizer que alguém caiu ou subiu. Todavia, por caminhos distintos, elas pretendem aferir um mesmo diagnóstico, que é a intenção de voto do eleitor hoje. Não importa a maneira, o que se espera é que haja alguma convergência.
No aspecto estritamente numérico, como escrevi, a diferença mesmo entre as últimas pesquisas é Evandro. O resto está dentro da margem de erro. Porém, quando as pesquisas indicam tendências opostas para o movimento do prefeito, a interpretação se torna mais complexa.
Na AtlasIntel, as variações foram todas na margem de erro ou, no caso de Sarto, quase isso — a margem de erro é de 3 pontos percentuais e ele caiu 3,3. Os três outros líderes oscilaram para cima e ele, para baixo.
Na Futura, Sarto dá a disparada de 9,1 pontos, enquanto os três outros oscilaram para baixo. Isso no mesmo intervalo.
Explicações possíveis e limites
Há motivos para diferenças. Mencionei o fato de a AtlasIntel trazer o partido ao lado do nome dos candidatos. Isso pode antecipar uma associação que o eleitor ainda não faz e trazer um número de fato diferente. Porém, só isso não explica a diferença de variação. Porque o partido foi exibido ou deixou de ser em ambas as pesquisas da série histórica, conforme o instituto.
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