Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
A provável eleição de Fernando Santana para presidente da Assembleia Legislativa pode ser um marco para o PT. O partido governa o Ceará há dez anos, mas nunca elegeu o presidente do Poder Legislativo. Hoje o PT está no comando, com Evandro Leitão, mas ele se elegeu e reelegeu para o posto pelo PDT. Filiou-se ao PT há menos de um ano.
A propósito, venho escrevendo sobre o poder nas mãos do hoje ministro da Educação Camilo Santana (PT), sem dúvida o político mais influente no Ceará na atualidade, de longe. Porém, quando foi governador, foi o único caso, desde a redemocratização, em que não teve, em momento algum, presidente da Assembleia do mesmo partido dele. Ele governou com presidentes do Legislativo, primeiro, do Pros. Depois, do PDT.
Gonzaga Mota, Tasso Jereissati, Ciro Gomes, Lúcio Alcântara, Cid Gomes e, agora, Elmano de Freitas, todos tiveram presidentes da Assembleia dos próprios partidos, durante parte do mandato ou mesmo durante todo o tempo. Cid, ao chegar ao governo, apoiou para presidente da Assembleia Domingos Filho, na época do PMDB (atual MDB). Ele permaneceu durante os quatro anos de mandato. Mas, no segundo mandato, Cid teve sempre políticos do próprio partido — inicialmente PSB e depois Pros — à frente do Legislativo.
Elmano só teve até agora Evandro como presidente da Assembleia, eleito pelo PDT e, desde dezembro de 2023, petista.
Quando a Câmara ficou contra o prefeito
Escrevi ontem que a Assembleia Legislativa tradicionalmente é alinhada ao Governo do Estado. Até citei presidentes que romperam com governadores, mas não me recordo de presidentes eleitos sem o apoio de quem está no poder.
Já na Câmara Municipal de Fortaleza, houve presidentes eleitos contra o prefeito — ou a prefeita. Curiosamente, nos dois casos vereadores do partido do prefeito saíram vitoriosos, mas, os chefes do Poder Executivo apoiavam parlamentares de outros partidos.
Em 1997, Acilon Gonçalves, hoje prefeito de Eusébio, elegeu-se presidente contra a vontade do prefeito Juraci Magalhães, embora ambos fossem do PMDB. O candidato do prefeito era José Maria Couto (PFL), que já havia sido presidente da Câmara e voltaria a ser depois. O filho de Zé Maria é o hoje vereador Léo Couto (PSB), também neto de ex-presidente da Câmara, o ex-vereador Gerôncio Bezerra.
Já em 2009, o então petista Salmito Filho se elegeu sem o apoio da à época prefeita Luizianne Lins (PT), que apoiava Elpídio Nogueira, irmão do prefeito José Sarto, que era do PSB. Escrevi ontem e repito hoje: esse mundo político dá voltas.
Musk, Trump e Sarney
O bilionário Elon Musk indicado para o "Departamento de Eficiência" do governo Donald Trump me lembrou o Ministério da Desburocratização do governo José Sarney, que chegou a ter o cearense Paulo Lustosa como ministro.
É análise política que você procura? Veio ao lugar certo. Acesse minha página
e clique no sino para receber notificações.
Esse conteúdo é de acesso exclusivo aos assinantes do OP+
Filmes, documentários, clube de descontos, reportagens, colunistas, jornal e muito mais
Conteúdo exclusivo para assinantes do OPOVO+. Já é assinante?
Entrar.
Estamos disponibilizando gratuitamente um conteúdo de acesso exclusivo de assinantes. Para mais colunas, vídeos e reportagens especiais como essas assine OPOVO +.