Mais um passo na aliança de Ciro com o bolsonarismo
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Mais um passo na aliança de Ciro com o bolsonarismo
Falta um ano até o período em que essas definições começam a ser feitas. Tempo bastante para acontecer muita coisa. Inclusive, é possível, desentendimentos
Foto: Daniel Galber - Especial para O Povo
ANDRÉ Fernandes com vereadores de oposição
O bloco de oposição no Ceará começa a ganhar corpo. André Fernandes (PL) participou de reunião com vereadores e fez elogios bem efusivos a Ciro Gomes (PDT). Que, por sua vez, já tinha elogiado e até declarado uma intenção de voto no pai de André, o deputado estadual Alcides Fernandes (PL).
André e Ciro são hoje as duas principais personagens da oposição no Ceará. O deputado saiu grande da última eleição municipal, perdida por muito pouco, quase nada, para o hoje prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT). Qualquer articulação da oposição cearense depende hoje, fundamentalmente, de Fernandes. Ele até então não havia participado publicamente dos atos da oposição. A postura dele sempre foi mais crítica em relação a acordos com os não-bolsonaristas. E mesmo com alguns dos outros bolsonaristas.
André chegou a dar declarações que demonstraram até desinteresse em uma composição. Aquilo esfriou qualquer articulação. Mas, a postura tem mudado e, na reunião na Câmara, fez o gesto mais significativo em nome de um blocão contra o governador Elmano de Freitas (PT).
Inclusive, após ler as declarações de André em relação a ele antes da reunião, Ciro telefonou para o principal líder bolsonarista no Ceará, que colocou no viva-voz para o ex-governador participar remotamente do encontro.
A forma como André e Ciro têm se portado sugerem boas perspectivas de uma aproximação. Obviamente, os detalhes de uma possível aliança ainda serão tratados e há mais gente com quem conversar.
Falta um ano até o período em que essas definições começam a ser feitas. Tempo bastante para acontecer muita coisa. Inclusive, é possível, desentendimentos. Por ora, os entendimentos de um eclético bloco de oposição parecem surpreendentemente avançados.
Chance de ser competitiva?
A articulação da oposição busca algo muito raro em eleições no Ceará. Em regra, quando governador é candidato à reeleição, a disputa é meramente protocolar. Nas quatro vezes em que os chefes do Poder Executivo buscaram a recondução no Estado, em todas o pleito se resolveu já no primeiro turno. Em uma delas, é verdade, o governador perdeu. Foi em 2006, quando Lúcio Alcântara, então no PSDB, viu a base política se esfarelar e perdeu a reeleição para Cid Gomes (PSB), eleito num tranquilo primeiro turno. Nos outros casos, Tasso Jereissati (PSDB) em 1998, Cid Gomes (PSB) em 2010 e Camilo Santana (PT) em 2018 se reelegeram com os pés nas costas.
O próprio fato de os governadores serem candidatos fez com que a oposição lançasse candidaturas que desde a largada não pareciam muito promissoras. Eram momentos, também, de oposições bastante desarticuladas.
O que ocorre agora não significa que dará em algo daqui a mais de um ano, mas os movimentos sugerem que a oposição tem condições de evitar uma reeleição de Elmano praticamente por WO, como houve em alguns momentos.
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