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A federação e o futuro da política no Ceará e no Brasil
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

A federação e o futuro da política no Ceará e no Brasil

A convenção foi uma boa síntese do que é o Brasil. A federação União Progressista (UP) é um exercício de pragmatismo
Tipo Opinião
CONGRESSO Nacional (Foto: LEONARDO SÁ/SENADO)
Foto: LEONARDO SÁ/SENADO CONGRESSO Nacional

A federação oficializada entre União Brasil e Progressistas é uma das maiores forças políticas da República e terá papel decisivo nas eleições do Ceará. É uma máquina gigantesca. Nasce como maior bancada da Câmara dos Deputados, com 109 dos 513 parlamentares. No Senado, deve filiar esta semana Margareth Buzetti (MT) ao PP e, assim, passar a ser a maior bancada também na Casa. São 7 governadores e 1.335 prefeitos. Estavam presentes 12 chefes de executivos estaduais — além dos sete do conglomerado recém-formado, havia outros de PL, Republicanos, MDB e PSB.

A convenção foi uma boa síntese do que é o Brasil. Estavam Valdemar Costa Neto, presidente do bolsonarista PL, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), assim como os ministros de Lula André Fufuca (Esportes) e Celso Sabino (Turismo). Também estavam o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) e o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara.

A federação União Progressista (UP) é um exercício de pragmatismo. Para além das ideias, atende a muitos interesses dos vários filiados. Discursos fizeram referência ao esforço necessário de compor os conflitos na base. Isso é feito em nome do gigantesco poder de negociação que essa força política passa a ter. A conferir se sairá das urnas em 2026 com o tamanho que entra.

O tom de oposição a Lula é nítido. O que não significa entregar os cargos. E muitos governistas permanecem, ao menos por enquanto.

Ciro Gomes (PDT), também presente, chamou a formalização da UP de “ato histórico” e “sinal de que nem tudo está perdido”. Para você ver. Ele ainda defendeu que a federação seja fator de “gravitação universal”. “Chamem tudo que o brasileiro pode oferecer, da centro-esquerda à centro-direita”, foi o apelo feito por Ciro. Nisso eles são bons.

Ao discursar, outro Ciro, o senador Nogueira, do Piauí, fez referência a Ulysses Guimarães, que dá nome ao centro de convenções onde ocorreu o evento. Lembrei-me então das palavras do responsável maior pela Constituição de 1988: “Está achando ruim essa composição do Congresso? Então espera a próxima: será pior. E pior, e pior”.

A federação no Ceará

A federação UP, aliada a PL, PSDB e Novo, poderá ter tempo de rádio e televisão maior que o do governador Elmano de Freitas (PT). Tem potencial para ser a principal força da oposição. Inclusive com perspectiva de ter candidato ao Palácio da Abolição. Roberto Cláudio anunciou que se filiará ao União Brasil. Aguardava para isso a oficialização concretizada nesta terça. Ciro tem convite para se filiar e disse ao correspondente do O POVO, João Paulo Biage, que não está fechada a filiação ao PSDB.

Porém, o PP, outro pedaço da nova composição, é governista no Ceará e quer continuar assim. No União, o grupo de Roberto Pessoa, prefeito de Maracanaú, maior município do partido no Estado, é da base aliada. O Palácio admite que fez tratativas com objetivo de tentar atrair os partidos. Ou seja, é uma balbúrdia.

Próximos capítulos

Como bem comentou o colega Carlos Mazza no podcast Jogo Político, a mais recente fala de Ciro Gomes sobre a prefeita de Crateús, Janaína Farias (PT), é daquelas coisas que possíveis adversários já deixam guardadas. Se ele for mesmo candidato, é o tipo de arma que passa a ser repetido no horário eleitoral nos dias finais da campanha. E aí correm os marqueteiros para tentar desfazer o estrago. Colocam candidato ao lado da esposa, com filhos, uma coisa bem família. Vale lembrar da campanha de 2024, do uso intensivo de vídeo antigo contra André Fernandes (PL) e dos esforços da candidatura para tentar minimizar o impacto. Quase dava certo, mas deu errado.

Foto do Érico Firmo

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