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Tragédia em Sobral foi absoluta
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Tragédia em Sobral foi absoluta

Isso é ainda mais forte por ter sido em Sobral, cidade cujo nome é presença frequente no noticiário nacional por razões positivas
Tipo Opinião
Escola de ensino médio Professor Luis Felipe, em Sobral, onde dois alunos foram assassinados (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS Escola de ensino médio Professor Luis Felipe, em Sobral, onde dois alunos foram assassinados

A tragédia na escola Professor Luis Felipe é terrível e de muitas dimensões. O Ceará é tremendamente violento há bastante tempo. Ocorrem muitas mortes diariamente e todas — todas — são histórias dramáticas. Mas é ainda pior quando se trata de jovens. Quando isso acontece em uma escola, a dimensão do horror alcança outra esfera.

A educação, ainda mais para pessoas pobres, é a esperança de uma vida melhor. O episódio afeta algo muito precioso: o sentimento das famílias de que crianças e adolescentes estarão seguros numa instituição de ensino. E dos próprios estudantes em se sentir a salvo.

Isso é ainda mais forte por ter sido em Sobral, cidade cujo nome é presença frequente no noticiário nacional por razões positivas: o desempenho educacional. Se hoje o Ceará é referência na área, e por isso comanda o Ministério da Educação, trata-se de uma história que começa no maior município do norte do Estado. Também foi vítima dos criminosos a mais bem-sucedida política pública cearense em muitas décadas.

O problema vem de longa data e se acumula governo após o outro, mas agora é Elmano de Freitas (PT) quem tem o dever de resolver o problema. Não será em passe de mágica, mas é preciso assegurar que esse tipo de crime nunca mais se repetirá em nenhuma escola.

Não adianta, como todos os governadores sempre fizeram, elencar o quanto gastaram, contrataram e investiram. Não basta fazer, é imperativo que dê resultado.

Até o fim de 2026, quando se encerra este mandato de Elmano, a situação não estará boa, o próprio governador já reconheceu. Mesmo que melhore muito, ainda será bem ruim. Mas é necessário avançar de forma decidida. É imprescindível mostrar que existe um plano, uma estratégia e um rumo.

Atrocidade como a de Sobral neste triste 25 de setembro de 2025 destrói famílias e deixa no conjunto da população o sentimento de desalento.

Câmara achou ruim o Senado limpar a sujeira que ela criou

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado enterrou a PEC da Blindagem, aprovada na semana passada, de forma avassaladora, pela Câmara. Deputados federais ficaram incomodados. Acharam que ficaram expostos ao desgaste, pela forma como a questão foi conduzida entre os senadores. Ora, convenhamos, são mesmo uma gracinha.

Quem se expôs foram eles próprios. Estavam avisados do quão impopular era a pauta, mas pouco ligaram. Quando um detalhe não saiu como queriam — com a derrubada do voto secreto — fizeram uma manobra para anular a primeira deliberação e votaram o negócio de novo, até sair como queriam. Capricharam no deboche com a opinião pública e agora ficam remoendo.

França terá seu Eduardo Bolsonaro?

Ex-presidente da França, o conservador Nicolas Sarkozy está perto de ser preso. Ele foi condenado a cinco anos de detenção devido a denúncia de irregularidade em financiamento eleitoral de campanha.

Diferentemente do Brasil, bastante acostumado a isso, será o primeiro ex-presidente francês a ser preso. Por aqui, atualmente dois estão detidos — Fernando Collor e Jair Bolsonaro, ambos em regime domiciliar.

Sarkozy disse ser vítima de “injustiça insuportável” e considerou a condenação de "extrema gravidade para o Estado de direito". Nisso lembra o discurso de Bolsonaro.

O francês falou ainda: “Vou dormir na prisão com a cabeça erguida”, nesse aspecto bem diferente do brasileiro.

Resta saber se aparecerá algum Édouard Bolsonaro, a buscar sanções internacionais ao próprio país.

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