Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Foto: Yuri Allen/Especial para O Povo
Ciro Gomes aparece bem na pesquisa
Pesquisa Real Time Big Data mostrou intenções de voto para eleição para governador do Ceará no próximo ano. Os números confirmam várias avaliações que têm sido feitas no meio político.Uma é que o governador Elmano de Freitas (PT) é muito forte na disputa, embora não seja franco favorito. Fica entre 38% e 43%, a depender do cenário. Pelos números divulgados, ele hoje não teria a mesma tranquilidade que Camilo Santana (PT) e Cid Gomes (PSB) encontraram nas respectivas reeleições, em 2018 e 2010. O grupo já acumula fadiga de um ciclo de 20 anos e os adversários estão fortalecidos por circunstâncias locais e pela conjuntura de polarização nacional.
O resultado indica que a eleição será disputada e a oposição tem alternativas competitivas.
O desempenho de Ciro Gomes
A pesquisa é a primeira a ser tornada pública e medir o desempenho de Ciro Gomes (PDT) em intenções de voto. Confirma o que todo mundo projetava: ele é um potencial candidato muito forte. Tem chances concretas de vitória. Os números confirmam as leituras da oposição de que ele é a opção mais competitiva do bloco. Alcança de 37% a 42%. Roberto Cláudio (sem partido) fica entre 22% e 27%.
O fator surpreendente, ao menos para mim, é a baixa rejeição. Ótima notícia para ele. Imaginava maior, pelo fato de ele ser mais conhecido, ter longa trajetória, o que costuma trazer desgaste. E, nos últimos anos, ele acumulou atritos e polêmicas que custaram espaço político. Mas, pelo que o Real Time Big Data apresenta, não fez com que fosse mais rejeitado que outros potenciais candidatos bem menos envolvidos em embates e controvérsias.
Ciro é muito competitivo, mas o levantamento não indica o que alguns entusiastas da pré-candidatura imaginam: não é uma lavada do ex-governador contra Elmano. Há empate técnico. Eu até imaginava que seria possível ele ter uma vantagem considerável. É muito conhecido, disputou várias eleições presidenciais. Não acho que seria surpreendente, nem que significaria que o governador estivesse derrotado — a máquina faz milagres, ainda mais no Ceará. Mas não é o que trouxe o Real Time Big Data.
Aliança de oposição
Os principais líderes oposicionistas estaduais enfatizam a necessidade de o bloco sair unido. Os cenários de intenções de voto dão razão a eles. Nas simulações de fragmentação, a situação é melhor para Elmano.
Insegurança desmantela qualquer política pública
A tragédia na escola Professor Luis Felipe é um golpe simbólico e prático nas políticas de educação. A violência possui a capacidade de pôr a perder qualquer iniciativa pública, por mais correta que seja. Não há boa escola se as famílias estão com medo de mandar as crianças e os adolescentes para lá, nem se os estudantes sentem que estão inseguros. Um posto de saúde ou hospital não funciona direito se pessoas que moram em determinado lugar são impedidas por criminosos de comparecer, ou se o equipamento é alvo de ameaças. No mais importante hospital de Fortaleza, o Instituto José Frota (IJF), no ano passado um funcionário foi decapitado e outro foi baleado. Nenhum programa habitacional subsiste se as famílias são expulsas das casas.
Nenhuma área, portanto, pode ignorar o impacto da insegurança. Não se pode tratar como se fosse assunto apenas da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), problema só das polícias. A Secretaria da Educação (Seduc) foi comunicada sobre ameaças a um estudante da escola na qual houve o ataque. Segundo a pasta, não se trata de uma das vítimas do episódio da quinta-feira, 25. Informou ainda que está cuidando dos trâmites sobre o caso.
O documento que informa sobre a ameaça é de 4 de agosto. Vão-se quase dois meses. O assunto precisa ser tratado com urgência. A Seduc representa a excelência no serviço público estadual, mas — infelizmente — não pode se ater à questão educacional. Uma situação como essa não pode jamais ficar amarrado nas burocracias da administração.
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