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O que pensam e defendem os pretendentes ao Senado pelo Ceará?
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

O que pensam e defendem os pretendentes ao Senado pelo Ceará?

As duas vagas de candidatos a senador são as mais cobiçadas para a eleição do ano que vem. As articulações políticas estão aí para quem quiser ver. Mas, e as ideias?
Tipo Opinião
JÚNIOR Mano é o deputado federal com mais prefeitos aliados (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE JÚNIOR Mano é o deputado federal com mais prefeitos aliados

Na sexta-feira passada, 3, o PSB filiou prefeitos e ampliou a vantagem como principal força nos municípios cearenses. O grupo é puxado pelo ex-prefeito de Eusébio, Acilon Gonçalves, que levou vários dos prefeitos dos municípios mais relevantes a aderirem à legenda na semana passada, a começar pelo filho dele, Bruno Gonçalves, de Aquiraz, e o sobrinho, Dr. Júnior, de Eusébio. Eles são aliados há bastante tempo do deputado federal Júnior Mano (PSB). O evento serviu para reforçar a postulação do parlamentar para concorrer ao Senado em 2026.

As duas vagas de candidatos a senador são as mais cobiçadas para a eleição do ano que vem. Se juntar quem pode concorrer pelo governo, pela oposição ou por qualquer dos dois lados, dá mais de dez. Falta menos de um ano para a eleição e não me lembro de ver nenhum dos interessados manifestar qualquer ideia que seja sobre as questões que estão na esfera do Senado.

O que pensam sobre federalismo? Como se posicionam sobre questões da ordem do dia, como o papel dos poderes? Impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF)? Como se posicionam em relação à democracia, às instituições? Aliás, o que eles pensam sobre qualquer coisa? Qualquer política pública de qualquer área?

Júnior Mano está no segundo mandato de deputado federal. Sei que se dedica muito aos muitos municípios onde tem base e para os quais busca recursos. Mas não sei o que ele defende sobre as principais questões do Estado. No primeiro mandato, foi para o PL e se alinhou ao bolsonarismo. No atual, o Governo Federal mudou e ele trocou de lado. Pretende concorrer a senador pela base de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Se o presidente for reeleito, ele fica onde está. Mas, se a oposição vencer, alguém tem dúvida de que ele muda de lugar?

As qualificações dos candidatos

Pela oposição, a candidatura encaminhada, mesmo, é do deputado estadual Alcides Fernandes (PL). Esse eu pelo menos sei o que pensa. É conservador e alinhado com o bolsonarismo. Quem votar nele sabe o que esperar se ele for eleito. Em maio, o ex-governador Ciro Gomes (até hoje ainda no PDT) afirmou que o possível aliado possui “todos os dotes, todas as qualificações” para ser senador. Mas, com todo respeito ao parlamentar, fora o rótulo padrão dos seguidores de Jair Bolsonaro (PL), que vale para o Ceará quanto para Rio Grande do Sul ou Roraima, quais as ideias dele sobre o Ceará? Qual a visão de Estado, de política pública? Ciro Gomes, goste-se dele ou não, é um dos quadros políticos com mais credenciais. Ele conseguiu mesmo enxergar no deputado todas as credenciais para a vaga que foi de Virgílio Távora, Parsifal Barroso e Beni Veras? Ele que, bem recentemente, foi tão deselegantemente exigente sobre os requisitos para a função.

Entre outros cotados, pode-se discordar de Eunício Oliveira (MDB) e José Guimarães (PT), mas, com longa trajetória parlamentar, sabe-se o que eles defendem, para o bem ou para o mal. Eunício foi inclusive senador e presidente da Casa.

Quando se fala de governo, os grupos ao menos mantêm as aparências e defendem que é preciso antes discutir o projeto. Mas, mesmo para uma posição majoritária como o Senado, parece que só importam as movimentações políticas para se viabilizar. São tratados como adereços das chapas.

Para as forças nacionais, tanto do lulismo quanto do bolsonarismo, as eleições de senadores são tratadas como absolutamente estratégicas para viabilizar ou impedir os planos em curso. Caciques e eleitores podem ter surpresas. É bem capaz de quem comemorar a vitória ver os eleitos mudarem de posição a depender de quem ficar com a Presidência.

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