Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Foto: SERGIO LIMA / AFP
Nikolas Ferreira comemora aprovação da redução de pena de Bolsonaro, ao lado de André Fernandes
O Ceará tem ampla maioria governista, na teoria, mas isso não costuma se refletir na Câmara dos Deputados. Como regra, mais ou menos a metade da bancada é fiel ao Planalto. A depender da pauta, e dos agrados, pode ser um pouco mais. Assim como já foi bem menos em deliberação muito importante. No chamado PL da dosimetria, que reduz as penas de Jair Bolsonaro (PL) e outros condenados, dos 22 deputados cearenses, 11 votaram contra. Os favoráveis foram 4. Como ocorreu em outras situações, chamou atenção a quantidade de parlamentares do Estado que não participaram de decisão tão importante: 7.
Como votaram os pretendentes ao Senado
Interessante observar a posição dos deputados que são pretendentes ao Senado pela base aliada. José Guimarães (PT) foi contra. Qualquer coisa diferente da parte do líder do governo Lula (PT) seria espantoso. Outro voto contrário foi de Júnior Mano (PSB).
Eunício Oliveira (MDB) e Moses Rodrigues (União Brasil) não participaram.
Parte bastante interessada, Guimarães avisou na época que Lula não irá apoiar quem se posicionar contra o presidente no Congresso.
Posições que chamam atenção
Foram a favor da dosimetria quatro deputados cearenses. Três da linha de frente bolsonarista: André Fernandes, Dr. Jaziel (ambos PL) e Dayany Bittencourt (União Brasil). Um quarto voto foi curioso: Luiz Gastão (PSD), teoricamente governista no Estado.
Entre os ausentes, está um dos deputados do PL — Matheus Noronha (PL).
Problemas de articulação
O placar de 291 a 148 foi mais uma demonstração do momento político complicado que atravessa a base de Lula (PT). Os contrários à redução das penas foram pouco mais da metade. A fragilidade é considerável.
A situação ficou mais exposta agora que a relação do presidente não é das melhores com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e está em plena crise com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
O que está ruim para o governismo corre o risco de piorar.
Boleto quitado?
O bolsonarismo passou o ano pressionando pela votação da anistia, mas o projeto — atenuado — só foi pautado depois de Flávio Bolsonaro (PL) ser lançado pré-candidato a presidente. A perspectiva foi mal recebida pelo mercado e pelo centrão. Este segundo grupo idealiza Tarcísio de Freitas (Republicanos) na eleição presidencial e quer afastar o bolsonarismo raiz, radical.
Diante da repercussão que dificilmente poderia ser mais negativa, Flávio colocou “preço”, nas palavras dele, para sair da disputa. A anistia era ponto de honra.
Dois dias depois da barganha de Flávio, o projeto entrou em pauta e foi aprovado.
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