Postura de Bolsonaro sobre ministro indiciado é coerente
Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
"O presidente da República aguardará o desenrolar do processo. O ministro permanece no cargo", disse o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros. A decisão do presidente é coerente com a postura que mantém desde a montagem do governo.
A postura do presidente não tem coerência é com o que ele dizia antes. Em novembro passado, ao ser questionado sobre denúncias contra o Onyx Lorenzoni, àquela altura anunciado ministro da Casa Civil, Bolsonaro afirmou que não manteria no cargo quem se tornasse réu. "Uma vez que uma denúncia for tornando-se robusta, transformando aquela pessoa em réu, nós vamos tomar alguma providência. O Onyx está ciente disso, entre outros que nós temos conversado também", disse o presidente.
Tornar-se réu é um estado posterior ao que está hoje Marcelo Álvaro Antônio. Ele não é réu, é indiciado. Já o de Salles é posterior: o ministro do Meio Ambiente não apenas virou réu como foi condenado.
Alguns dias depois, todavia, o próprio Bolsonaro minimizou essa linha de corte de se tornar réu. "Eu também sou réu no Supremo, e daí?", questionou ele.
Este argumento, de fato, é irrebatível por mim. Afinal, se Bolsonaro era réu no Supremo e virou presidente, como cobrar que ele demita um ministro só por que foi indiciado?
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