"Coincidência" de pensamento com Goebbels não elimina fato de que Alvim pensa como o nazista
clique para exibir bio do colunista
Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Disse que escreveu o discurso "a partir de várias ideias ligadas à arte nacionalista, que me foram trazidas por assessores". E acrescentou: "Se eu soubesse da origem da frase, jamais a teria dito." Declarou ainda "repúdio a qualquer regime totalitário" e "absoluta repugnância ao regime nazista".
Bom, vamos lá. A coincidência importa menos que a evidência de que ele defendeu ideias iguais às do nazismo. Não importa tanto a referência direta a Goebbels. O mais grave é que ele pense como o ministro nazista.
E, vamos combinar, não é coincidência. Há a frase quase ipsis litteris. Há o cenário montado, a música. É muita coincidência, vamos combinar.
Pode ser que Alvim mesmo não soubesse, mas a ignorância não o absolve. Se não foi ele foi algum dos seus assessores, que colaboraram na construção do discurso. Ele fez o discurso, ele deve assumir a responsabilidade pelo que disse. Fosse uma peça de excelência retórica, os elogios iriam para ele, ora bolas.
E no mínimo, o secretário nomeou simpatizantes nazistas para assessorá-lo. Não se sabe se foram demitidos juntos com ele.
Abaixo, as duas manifestações de Roberto Alvim no Facebook:
Primeiro, escreveu:
"UM BREVE ESCLARECIMENTO SOBRE MEU DISCURSO:
o que a esquerda está fazendo é uma falácia de associação remota:
com uma coincidência retórica em UMA frase sobre nacionalismo em arte, estão tentando desacreditar todo o PRÊMIO NACIONAL DAS ARTES, que vai redefinir a Cultura brasileira...
é típico dessa corja.
repito: foi apenas uma frase do meu discurso na qual havia uma coincidência retórica.
eu não citei ninguém.
e o trecho fala de uma arte heróica e profundamente vinculada às aspirações do povo brasileiro.
não há nada de errado com a frase.
todo o discurso foi baseado num ideal nacionalista para a Arte brasileira, e houve uma coincidência com UMA frase de um discurso de Goebbles...
não o citei e JAMAIS o faria.
foi, como eu disse, uma coincidência retórica.
mas a frase em si é perfeita:
heroísmo e aspirações do povo
é o que queremos ver
na Arte nacional."
Depois escreveu:
"Caros: ontem lançamos o maior projeto cultural do governo federal.
Mas no meu pronunciamento, havia uma frase parecida com uma frase de um nazista.
Não havia nenhuma menção ao nazismo na frase, e eu não sabia a origem dela.
O discurso foi escrito a partir de várias ideias ligadas à arte nacionalista, que me foram trazidas por assessores.
Se eu soubesse da origem da frase, jamais a teria dito.
Tenho profundo repúdio a qualquer regime totalitário, e declaro minha absoluta repugnância ao regime nazista.
Meu posicionamento cristão jamais teria qualquer relação com assassinos...
Peço perdão à comunidade judaica, pela qual tenho profundo respeito.
Do fundo do coração: perdão pelo meu erro involuntário.
Mas, tendo em vista o imenso mal-estar causado por esse lamentável episódio, coloquei imediatamente meu cargo a disposição do Presidente Jair Bolsonaro, com o objetivo de protegê-lo .
Dei minha vida por esse projeto de governo, e prossigo leal ao Presidente, e disposto a ajudá-lo no futuro na dignificação da Arte e da Cultura brasileiras."
É análise política que você procura? Veio ao lugar certo. Acesse minha página
e clique no sino para receber notificações.
Esse conteúdo é de acesso exclusivo aos assinantes do OP+
Filmes, documentários, clube de descontos, reportagens, colunistas, jornal e muito mais
Conteúdo exclusivo para assinantes do OPOVO+. Já é assinante?
Entrar.
Estamos disponibilizando gratuitamente um conteúdo de acesso exclusivo de assinantes. Para mais colunas, vídeos e reportagens especiais como essas assine OPOVO +.