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O papel de Camilo nas escolhas do PT
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

O papel de Camilo nas escolhas do PT

Tipo Opinião

Grupos do PT lançaram manifesto para acelerar a escolha da candidatura do partido à Prefeitura de Fortaleza e defenderam a opção por Luizianne Lins. O documento reunia ontem mais de 300 assinaturas, mostrou o colega Carlos Holanda.

Mas, a posição não é consenso. O presidente municipal da legenda, vereador Guilherme Sampaio, coloca-se como alternativa. E o deputado estadual Acrísio Sena defendeu a participação de um relevante petista do Ceará, que não é mencionado no manifesto.

"Estranho, neste momento tão complexo da conjuntura para o PT e as esquerdas, quando precisamos mostrar alternativas concretas para melhorar a vida de nosso povo, um manifesto não citar a necessária participação do governador Camilo Santana no processo eleitoral, além de centrar o debate apenas na escolha do nome", cobrou Acrísio.

O governador Camilo Santana, ao estilo Ferreira Gomes, costuma postergar definições. Seguidas vezes foi atropelado pela dinâmica do PT - que também não esperava Cid Gomes, vide a candidatura de José Pimentel a senador em 2010. O PT não parece se importar com o cargo ou a força eleitoral do governador. Deve tomar posição em Fortaleza sem esperar por ele.

Genecias Noronha, o dono dos votos nos Inhamuns
Genecias Noronha, o dono dos votos nos Inhamuns (Foto: Antonio Augusto/Câmara dos Deputados)

A cassação do dono dos votos

Genecias Noronha não é muito conhecido do grande público da Capital, de quem não acompanha política. Se andar no terminal do Siqueira poucos o reconhecerão. Ele é, todavia, um dos políticos mais importantes do Ceará nos últimos anos. Faz duras negociações de apoio a cada eleição - em 2014, por exemplo, o grupo fechou apoio a Camilo Santana (PT), mas, com a campanha em curso, aderiu a Eunício Oliveira (MDB). Não por acaso seu apoio é cobiçado. Em 2014, foi o segundo deputado federal mais votado do Estado, atrás apenas de Moroni Torgan (DEM). Em 2018, todavia, caiu para a 11ª posição. Já foi mais forte.

Tem muita força, todavia, em vários municípios. Passou a disputar com Domingos Filho (PSD) a hegemonia nos Inhamuns. Em seu principal reduto, Parambu, tem controle dos votos como nenhum outro político cearense. Em 2014, teve nada menos que 76% dos votos para deputado federal. Os eleitores do município tinham quase 200 candidatos para escolher. Três em cada quatro votaram nele. Em 2018, a proporção caiu, mas ficou em 68,5% dos votos. É uma hegemonia nos votos locais fora do comum.

Ontem, o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) cassou, por seis votos a um, o mandato de Genecias e da deputada estadual Aderlânia Noronha (PSD), casada com ele. Para ele perder o mandato mesmo, a decisão precisará ser confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Pode chegar ao fim do mandato sem ter recurso julgado. Todavia, a decisão do TRE-CE o deixa inelegível. Se ele não for inocentado na instância superior, ele não poderá se candidatar em 2022.

Genecias é presidente do Solidariedade. Partido que tem pré-candidato a prefeito de Fortaleza: Heitor Férrer, político que sempre teve no combate aos desvios de conduta a principal bandeira. Genecias tem dito que garante a legenda a ele para se candidatar a prefeito, mas é bom Heitor estar atento aos cavalos de pau eleitorais que o deputado costuma protagonizar perto de eleições.

O papa e Bolsonaro

Presidente Jair Bolsonaro deve estar chateado com o papa Francisco. Está marcada para hoje audiência do pontífice com o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ontem, o papa divulgou a exortação apostólica "Querida Amazônia", no qual denuncia as empresas que semeiam "injustiça e crime" na floresta. Bolsonaro não gosta quando se comenta sobre a Amazônia no Exterior. Costuma mandar se preocuparem com a Austrália.

 

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