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Questão de responsabilidade e palavra
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Questão de responsabilidade e palavra

Tipo Opinião
Foto postada pelo Capitão Wagner mostra oposição e presidentes de associação costurando proposta
 (Foto: REPRODUÇÃO/FACEBOOK )
Foto: REPRODUÇÃO/FACEBOOK Foto postada pelo Capitão Wagner mostra oposição e presidentes de associação costurando proposta

Os líderes das associações da Polícia Militar estiveram perto de uma grande vitória, mas agora precisam de malabarismo para saírem da enrascada em que se meteram. Foram para a mesa de negociação respaldados pelas categorias. Estavam lá os dirigentes das nove associações que representam policiais militares e bombeiros. Estavam lá vários deputados de oposição. Fecharam um acordo. Agora, querem recuar do entendimento.

A situação é séria e as consequências podem ser drásticas. Os negociadores da parte dos policiais estão numa situação bastante delicada. A credibilidade está em questão. Porque a categoria está desconfiada. E o governo com o qual eles fecharam acordo também tem motivos para estar. Porque eles firmaram entendimento, saíram festejando o que entenderam uma vitória política. Depois se desculpam e dizem que não é bem assim.

Pera lá, gente. São todos adultos, muitos deles com mandatos públicos e pretensões ambiciosas. Não podem tratar as coisas desse jeito. A palavra, o compromisso precisam valer. Falam agora que há recusa à proposta do governo. Ora, a proposta do governo foi a inicial, depois disso houve contrapropostas e houve uma alternativa final construída com eles. Capitão Wagner chegou a postar uma foto deles todos ao computador na elaboração. Não podem fingir que não participaram disso. Eles trouxeram a contraproposta. Fica evidente agora que essa contraproposta não foi pactuada com a categoria. A incorporação das gratificações não é entendida como uma vitória pelo menos por parte da base. A rigor, transforma em certo um ganho que hoje é incerto. Não soa o bastante para quem reage.

Como a questão seria resolvida de outra forma? Se não são os presidentes das associações os negociadores, quem será? O governador vai precisar negociar agora com 20 mil pessoas?

Será interessante ouvir o que os deputados que participaram do acerto dirão da proposta que eles chancelaram e da qual agora recuam. O governo conversou durante uma semana. Agora, mandou sua proposta à Assembleia Legislativa. Vai trabalhar com sua máquina política para aprovar rápido e o governador ficar de prontidão para sancionar rápido.

Pacto de não-agressão

O PT terá candidato à Prefeitura de Fortaleza, isso foi confirmado pela presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, e ninguém mais duvida. Falta definir o nome. E falta, também, escolher a linha de campanha a ser seguida.

Ontem, no programa Debates do Povo, na rádio O POVO CBN, o deputado estadual Acrísio Sena reconheceu que o PT terá candidato. Porém, em nome da aliança estadual com o governador Camilo Santana (PT), ele defendeu pacto de não-agressão com a candidatura do prefeito. Afirmou que o alvo do PT na campanha não deve ser a crítica à gestão Roberto Cláudio (PDT), mas o contraponto ao bolsonarismo, que ele vê no Ceará representado pela candidatura do Capitão Wagner (Pros). Há quatro anos, lembra ele, o PT fez campanha de questionamento à Prefeitura. Acrísio considera que o momento é outro. "Se até na guerra se fez pacto de não-agressão, por que não fazer para a eleição?"

Poupar Roberto Cláudio das críticas é hoje o máximo que se vislumbra no partido como alternativa para contemplar o governador Camilo Santana (PT).

Ocorre que é a mais provável candidata do partido é Luizianne Lins (PT). Alguém acredita que Luizianne candidata vai preservar Roberto Cláudio?

Peso de Camilo

Acrísio é hoje dos raros petistas de relevo a se posicionar em defesa do protagonismo de Camilo no PT. Coisa que, paradoxalmente, o governador não consegue ter ou não trabalha para ter. Porém, Acrísio aponta uma coisa: "Não tem tática vitoriosa sem Camilo." Para ele, sem o governador na campanha, o PT não tem chance.

A rigor, mesmo que Camilo peça voto, a chance de a candidatura petista ir ao segundo turno em Fortaleza não parece hoje das maiores, com qualquer nome.

 

Foto do Érico Firmo

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