Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Terminou o terceiro mês de 2020, trimestre cuja intensidade faz valer por anos inteiros. Este 2020 já tem lugar na história e com destaque. Qual o último ano a ter fatos tão marcantes quanto este? Do meu tempo de vida, lembro de 2001. Ou 1989. Nenhum desses já era tão marcante ao início de abril. O trimestre é divisor de águas no Ceará e no mundo. As coisas não são mais como eram antes destes três atribulados meses. Os efeitos prosseguem e não têm previsão de acabar.
Aconteceu tanta coisa que algumas parecem já passado distante. De décadas atrás. Vou listar aqui algumas das mais marcantes pela repercussão política, local ou mundial.
Ano começa em guerra
Era 2 de janeiro e o ano não tinha nem esquentado quando Donald Trump autorizou o ataque com drone, em território do Iraque, que matou Qassem Soleimani, chefe de uma unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã. Uma semana depois, em 8 de janeiro, o Irã lançou mísseis balísticos contra bases dos Estados Unidos no Iraque.
Discurso com referências nazistas
Em 16 de janeiro, o secretário especial da Cultura do governo Jair Bolsonaro, Roberto Alvim, divulgou vídeo com discurso que remetia, no teor e na estética, a Joseph Goebbels,ministro da propaganda de Adolf Hitler. Alvim disse que era coincidência retórica, mas acabou caindo.
Secretária Regina Duarte
Com a queda de Alvim, Bolsonaro convidou para o cargo a atriz Regina Duarte. Após dez dias de "noivado", como ela definiu, Regina disse sim ao convite em 29 de janeiro. A posse na Secretaria Especial da Cultura foi em 4 de março. Em 8 de março, ela deu entrevista ao Fantástico e provocou fúria dentro do governo.
Erro na correção do Enem
Em 17 de janeiro, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou o resultado do Enem e na mesma manhã começaram as reclamações de erros na correção. No dia seguinte, o Inep admitiu os problemas. Teriam sido atingidos 5 milhões de participantes. Chegou a ser travada disputa judicial a respeito da divulgação do preenchimento das vagas do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), com base nas notas do Enem.
Invasão da Câmara
Acusado de ser "advogado de facção criminosa" pelo vereador Márcio Cruz (PSD), o secretário da Segurança Cidadã de Fortaleza, Antônio Azevedo, invadiu o plenário da Câmara Municipal durante a sessão, subiu à tribuna e tomou o microfone do vereador Plácido Filho (PSDB), que discursava no momento e não tinha nada a ver com a história. Azevedo foi lá se defender. Depois do episódio, pediu exoneração e foi substituído por José Maria Barbosa Soares, coronel da Polícia Militar.
Motim da Polícia
No fim da tarde de 18 de fevereiro, policiais militares e familiares tomaram o 18º Batalhão de Polícia Militar, no Antônio Bezerra. Era o início de paralisação que durou 13 dias e fez disparar os índices de homicídios. O movimento terminou sem anistia e sem ter a maior parte das reivindicações atendidas. Centenas de policiais responderam a inquéritos por motim.
Pandemia
Os primeiros casos da Covid-19 começaram em Wuhan, na China, em 2019. No Brasil, o primeiro caso confirmado foi em 26 de fevereiro, na Quarta-Feira de Cinzas - o Carnaval escapou por pouco. No Ceará, os três primeiros casos foram confirmados em 15 de março. A partir daí, o que ocorre é uma paralisação de grande parte do País, sob orientação dos médicos. Embora haja resistência do presidente da República, em atrito aberto com os governadores.
Isso é uma parte do que de principal aconteceu. Resta torcer para que 2020 desacelere e suavize um pouco.
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