Fernando Costa é sociólogo e publicitário
Fernando Costa é sociólogo e publicitário
A política brasileira se assemelha a um reality show, de qualidade duvidosa como qualquer outro programa dessa natureza, seja ele produzido pela Globo ou pela Record, a diferença é que na política nós colocamos os políticos para dentro através do voto e eles se colocam para fora através de golpes, pelo menos tem sido assim na história recente do pátria amada Brasil.
A CPI da covid-19 materializou o formato reality show na sua melhor forma, uma grande parte da população se postou diante das telas durante horas e horas para assistir, entre envergonhados e constrangidos, um desfile de personagens abjetos de todas as matizes, figuras esdruxulas e bizarras como Luciano Hang, Carlos Wizard, o reverendo Amilton Gomes, todos negacionistas mas, ao mesmo tempo, querendo lucrar com a compra de vacinas através do que se convencionou chamar de gabinete paralelo da saúde, que provavelmente deve ficar porta com porta com o gabinete do ódio no palácio do planalto.
A CPI produziu uma montanha robusta de provas que, em qualquer democracia relativamente séria no mundo, levaria ao indiciamento de deputados, empresários, ministros e do próprio presidente da república, além dos seus quatro zeros que ele chama de filhos.
Lá se vai mais de um mês do final da CPI, o relatório final foi encaminhado para a Procuradoria Geral da República e lá permanece até hoje sob a guarda flácida, porém irredutível, do procurador que deveria ser da República, mas se tornou um defensor público, posto que é remunerado pelo erário do presidente da República.
Aras não exibe o menor constrangimento em ser um assecla de Bolsonaro, foi colocado na PGR para blindar o presidente e sua família, e o faz com maestria, sonhando com uma provável vaga no STF. Mas Bolsonaro, obviamente, prefere Aras onde está porque ele sabe, mesmo nunca tendo lido o Manifesto Comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels, que tudo o que era sólido se desmancha no ar, tudo o que era sagrado será profanado, e todos, todas e todes serão finalmente forçados a encarar, com uma certa calma, sua posição social e suas relações recíprocas, e isto é um terror para a família Bolsonaro.
Um terror que o povo brasileiro, mesmo os que apoiam as medidas pro genocídio, poderá deter ou não através do voto eletrônico os mesmo que elegeram Bolsonaro a personalidade do ano da revista Time ao lado de figuras como Donald Trump e Hitler. n
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