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Sem perder a ternura
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Fernando Costa é sociólogo e publicitário

Sem perder a ternura

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Fernando Costa, sociólogo e publicitário (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Fernando Costa, sociólogo e publicitário

Dois inícios prováveis para este 2023: "Foi bonita a festa pá, fiquei contente, ainda guardo renitente um velho cravo para mim." Ou "Eu devia estar contente por ter conseguido tudo o que eu quis, mas confesso abestalhado que eu estou decepcionado."

Numa jogada infeliz do destino, perdemos, quase que em um único lance, a Copa do Mundo e Pelé, e como faz falta a crônica de Nelson Rodrigues sobre essas perdas.

Mas conseguimos, a parte saudável do povo brasileiro, não derrotar, mas deter a fúria fascista que se alastrava pelo país. Mas que ainda precisa ser vigiada e punida, obviamente, dentro do que dita a constituição brasileira.

Anistiar jamais. Seria um gigantesco desrespeito aos mais de seiscentos mil brasileiros mortos pela covid e pela irresponsabilidade de um facínora.

Luiz Inácio Lula da Silva reescreveu sua história e, agora, tem a obrigação de reescrever a história da nação brasileira. Diplomado, empossado e subindo a rampa junto com representantes da diversidade da qual fazemos parte, transbordou o Brasil de esperança e liberdade. Talvez tenha faltado um gato subindo a rampa ao lado da cadela Resistência, mas como sabemos: "nós gatos já nascemos pobres, porém já nascemos livres."

O ministério, como não poderia deixar de ser, nos deixou com um olho no peixe e outro no gato (que não subiu a rampa). Sarney e Dilma sentados um ao lado do outro na posse eram uma metáfora viva do ministério de Lula. O Passado como sempre determinando o Presente. Mas temos motivos de sobra para estarmos felizes, temos outra vez um Ministério da Cultura. O novo Ministério dos Povos Indígenas, sob a liderança de Sonia Guajajara, e o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, tendo à frente o Silvio Almeida, são sinais inequívocos que as forças democráticas estão se impondo. Mas o lado obscuro continua vivo e organizado e precisa ser combatido e derrotado, uma parte considerável precisa, é fato, de cuidados psiquiátricos, mas os CAPS - Centros de Atenção Psicossocial estão aí para isso.

Não nos iludamos com o tamanho da festa nem nos deixemos levar pelas emoções e as lágrimas que nos lavaram a alma, o Governo que se inicia será, como diz o dito popular, doce, mas duro como uma boa rapadura. O "mercado" e os fascistas estão articulados e articulando, precisamos nos manter mobilizados com uma mão dada e a outro com o punho cerrado. n

 

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