JAMAIS UM CLUBE do futebol cearense disputou a Libertadores de América, torneio mais importante da América do Sul e um dos mais célebres do planeta bola. Na próxima temporada, em função das boas campanhas na Série A, Ceará e Fortaleza lutam para escrever uma maravilhosa história e confirmar vaga na competição internacional. Será também a primeira vez que a região Nordeste terá dois times na Libertadores num só ano, algo que quebra uma barreira até então inimaginável. O Tricolor tem 52 pontos e o Ceará soma 49. Ambos dependem apenas das suas próprias forças para garantir presença, fruto do ótimo trabalho fora de campo que tem sido realizado faz alguns anos pela dupla, independentemente das evidentes diferenças administrativas entre os rivais.

Fazer parte da Libertadores é uma nítida consequência da organização administrativa e financeira dos times. Os torcedores sabem disso porque passaram décadas convivendo com uma realidade muito diferente da atual. Nem sonhar era permitido tamanha a falta de condição dos clubes. O reflexo agora se vê em campo, com elencos aproveitando toda a boa estrutura de treinamento, fisiologia, preparação física, nutricional e médica, para além dos salários e premiações em dia, tendo apenas o trabalho técnico e tático como foco essencial.

Na reta final da Série A, o Ceará joga duas partidas fora de casa - Flamengo e Palmeiras - e uma no Castelão - América-MG. No Castelão, o Alvinegro vai bem demais. São 39 pontos conquistados em 19 partidas, média superior a dois pontos por jogo. Com a volta dos torcedores, o domínio sobre os adversários aumentou ainda mais.

Já o Fortaleza ainda tem dois confrontos como mandante - Juventude e Bahia - e visita o Cuiabá. O Tricolor tem uma campanha mais equilibrada na relação mandante e visitante. Não está entre os três melhores em nenhum critério, mas sempre se manteve no top-8, o que lhe garante boa pontuação geral.