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Vojvoda e Fortaleza: uma ruptura difícil
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Âncora do programa Esportes do Povo nas rádios O POVO CBN e CBN Cariri, além do Canal FDR TV e plataformas digitais; comentarista de esportes da Rádio O POVO CBN e CBN Cariri; colunista do O POVO impresso, O POVO+ e redes sociais do O POVO. Além de Comunicação, é formado em Direito

Vojvoda e Fortaleza: uma ruptura difícil

O trabalho se tornou símbolo de estabilidade num futebol marcado por trocas apressadas. Mas o 2025 do Tricolor é um desastre — e o trabalho do próprio Vojvoda é parte disso
Tipo Opinião
Vojvoda e sua comissão chegaram ao Fortaleza em maio de 2021 (Foto: Mateus Lotif/Fortaleza EC)
Foto: Mateus Lotif/Fortaleza EC Vojvoda e sua comissão chegaram ao Fortaleza em maio de 2021

Demitir Juan Pablo Vojvoda, após mais de quatro anos à frente do Fortaleza, não é uma decisão simples, muito menos de baixo impacto. Seria, ao mesmo tempo, o fim de uma era vitoriosa do mais importante treinador da história do clube e o início de uma reconstrução complexa e duvidosa.

O treinador argentino entregou ao clube feitos memoráveis: títulos cearenses e da Copa do Nordeste, final de Sul-Americana, oitavas de final de Libertadores, campanhas marcantes no Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil. O trabalho se tornou símbolo de estabilidade num futebol marcado por trocas apressadas. Mas o 2025 do Tricolor é um desastre — e o trabalho do próprio Vojvoda é parte disso.

Os bônus de uma eventual saída existem. A principal vantagem é tentar estancar a estagnação técnica evidente. O time não evolui: desorganização defensiva, falta de repertório ofensivo, escalações que não funcionam, insistência em nomes que claramente vivem má fase. O treinador parece ter perdido o tato com o elenco — e ele mesmo demonstra sinais de cansaço, embora siga digno e comprometido. A mudança poderia oxigenar o ambiente e forçar ajustes.

Mas há ônus com potencial severos. Demitir Vojvoda é abrir mão de um projeto raro no futebol brasileiro. É renunciar à coerência construída com paciência, mesmo em momentos difíceis, porque o clube também deu muito ao treinador: salários espetaculares, estabilidade, possibilidade de ser reconhecido no continente e grande condição de trabalho. Ainda na esteira da decisão de saída ou não do argentino, a diretoria também precisa assumir sua parcela: errou muito nas contratações de 2025, demorou demais para detectar falhas do grupo, deixou vaidades e brigas internas tomarem corpo, além de ignorar alertas visíveis. Jogadores importantes não rendem e reposições não funcionaram. Vojvoda não está isento, mas está longe de ser o único culpado.

Por fim, há um risco claro porque a maioria do elenco, que não tem rendido nada, vai seguir: trocar o técnico e continuar errando nas decisões estratégicas pode apenas adiar um colapso maior — que seria a queda para a Série B. O momento exige coragem — para mudar, se for preciso, mas também para reformular. A história de Vojvoda no Fortaleza é enorme e o presente exige lucidez.

O número que importa

Caso vença o CSA, em Alagoas, hoje — jogo difícil demais —, o Floresta entra no G-8 da Série C do Campeonato Brasileiro. Com 12 pontos e na nona colocação, o time está invicto há seis partidas.

O primeiro brasileiro a entrar em campo no Mundial de Clubes da Fifa — e a competição já se mostrou ótima — foi o Palmeiras, na noite desse domingo, e o resultado de 0 a 0 é para o torcedor verde lamentar. O time foi melhor do que o Porto na maioria do tempo e desperdiçou as principais chances. Ainda é favorito ao primeiro lugar do grupo (que tem Inter Miami e Al Ahly), mas não pode perder tantos gols.

Mais 3!

1. A vitória do Bayern de Munique sobre o Auckland, no Mundial, era esperada, mas o massacre de 10 a 0 mostrou que o time alemão está com fome do título.

2. Já o PSG não deixou o Atlético de Madrid jogar. Um 4 a 0 muito contundente diante de um time forte.

3. O Flamengo estreia hoje diante do Espérance, da Tunísia, e não convém nem um pouco achar que é um jogo fácil e ganho para a equipe do Rio.

Foto do Fernando Graziani

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