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Vojvoda e Fortaleza: fim de um ciclo inesquecível, mas era hora
Foto de Fernando Graziani
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Âncora do programa Esportes do Povo nas rádios O POVO CBN e CBN Cariri, além do Canal FDR TV e plataformas digitais; comentarista de esportes da Rádio O POVO CBN e CBN Cariri; colunista do O POVO impresso, O POVO+ e redes sociais do O POVO. Além de Comunicação, é formado em Direito

Vojvoda e Fortaleza: fim de um ciclo inesquecível, mas era hora

Quando um período tão raro e duradouro termina, é comum pensar que faltou paciência ou lealdade
Tipo Opinião
Vojvoda aprendeu a amar o Fortaleza: uma relação que ficará para sempre (Foto: Aurélio Alves / O POVO)
Foto: Aurélio Alves / O POVO Vojvoda aprendeu a amar o Fortaleza: uma relação que ficará para sempre

A demissão de Juan Pablo Vojvoda e sua comissão técnica do Fortaleza, oficializada nesta segunda-feira após um domingo com derrota para o Ceará na Série A, por 1 a 0, impacta mais pelo que a relação simbolizou durante muitos anos do que pelo atual momento.

Quando um ciclo tão raro e duradouro termina, é comum pensar que faltou paciência ou lealdade. Não é o caso: simplesmente não havia mais argumento racional para sua permanência, diante de tantos problemas em 2025.

Vojvoda escreveu uma das páginas mais bonitas da história recente do futebol brasileiro. Chegou desconhecido, construiu identidade, respeito nacional e levou o Fortaleza a patamares inéditos, como Libertadores e Sul-Americana. Recusou diversas propostas para seguir no projeto, mostrando enorme compromisso. Mas o futebol é implacável.

O ano de 2025 é muito ruim: crise técnica e tática, elenco em queda de rendimento, contratações sem sentido, resultados péssimos e ausência de perspectiva. O time perdeu confiança, e o treinador, a convicção que sempre o caracterizou. As muitas mudanças nas escalações e erros na montagem da equipe mostraram um Vojvoda cansado, pressionado e sem respostas, mas muito longe de ser o único responsável, evidentemente.

Clube e treinador foram leais até onde foi possível. O Fortaleza ofereceu respaldo mesmo sob forte pressão, e Vojvoda tentou resistir, acreditando que encontraria soluções. Mas chega um momento em que insistir faz mais mal do que bem. 

A saída não apaga nada do que foi construído. Pelo contrário: valoriza ainda mais a grandeza dessa trajetória histórica. Talvez, com o tempo, o trabalho de Vojvoda seja ainda mais reconhecido. Agora, o Fortaleza precisa reencontrar coragem, organização e convicção para seguir adiante. Não será fácil, mas é possível.

Foto do Fernando Graziani

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