A demissão de Juan Pablo Vojvoda e de sua comissão técnica do Fortaleza, oficializada ontem após quatro anos e dois meses de trabalho, é uma daquelas decisões que impactam mais pela história e significado passado do que pelo que realmente representa hoje.

Quando uma relação tão rara e longeva chega ao fim no futebol, sempre há a tentação de pensar que faltou paciência ou lealdade de uma das partes, mas não é esse o cenário de forma alguma, pelo contrário, simplesmente porque não havia mais argumento racional que justificasse a permanência dele diante de tantos problemas na temporada.

Vojvoda escreveu uma das páginas mais ricas e bonitas da história recente do futebol brasileiro. Chegou como desconhecido para a maioria da torcida e construiu, ao lado do Fortaleza, algo maior do que resultados: construiu identidade, respeito nacional e projeção internacional. Ajudou a transformar o clube em protagonista de competições que antes pareciam distantes, como Libertadores e Sul-Americana, e elevou seu próprio nome a outro patamar, tornando-se um treinador desejado e respeitado. Não por acaso, no processo todo, recusou mais de uma dezena de propostas para sair.

Mas o futebol também é implacável. O ano de 2025 do Fortaleza, até aqui, é muito ruim sob qualquer ângulo e Vojvoda está longe de ser o único responsável: crise técnica e tática, elenco em clara queda de rendimento, contratações sem sentido, desentendimentos entre dirigentes, resultados ruins e, pior que tudo, ausência de perspectiva. É como se o time tivesse perdido a confiança em si mesmo e, ao mesmo tempo, o treinador tivesse perdido a convicção no que fazia dele um técnico decisivo.

A quantidade excessiva de mudanças nas escalações, a dificuldade em dar sequência a uma ideia clara de jogo e os erros sucessivos na montagem da equipe foram sintomas de um Vojvoda que se mostrava cansado, pressionado e sem saber mais como reagir.

É importante reconhecer que treinador e clube foram leais até onde foi possível. A agremiação deu respaldo quando a pressão externa e interna era grande e em outros momentos de sua passagem, como em 2022. E Vojvoda resistiu, tentou, acreditou que poderia reencontrar soluções. Não queria sair de jeito nenhum, mas chega uma hora que não dá mais e seguir juntos é ainda pior.

A saída de Vojvoda não apaga nada do que foi construído. Pelo contrário: fortalece a grandeza da trajetória inesquecível. Talvez o argentino seja ainda mais valorizado com a distância que vai ocorrer agora e o Fortaleza precisa dar um jeito de reencontrar rapidamente aquilo que o fez crescer: coragem, organização e convicção. Não vai ser fácil, mas é possível.

Defesa do Ceará agrada

Após mais uma partida sem sofrer gol na Série A, o Ceará se mantém entre as melhores defesas do campeonato. Até agora foram 11 tentos sofridos em 12 jogos. É a quinta melhor.

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João Fonseca entre os 50 do mundo

1. João Fonseca furou a barreira dos 50 melhores do mundo do tênis. Está na posição 48.

2. João é o brasileiro mais jovem a conseguir tal feito, com 18 anos. Ele tem tido um ano de altos e baixos, algo perfeitamente natural para seu momento de carreira.

3. O seu crescimento, entretanto, é nitidamente sustentável. Há muito para evoluir, ainda bem.