O Ceará ocupa à 11ª colocação do Campeonato Brasileiro com 22 pontos, brigando por vaga na Sul-Americana e bem distante da zona de rebaixamento, cenário que se vê muito mais pela consistência defensiva do que pela capacidade de decidir jogos no ataque.

A equipe ostenta a sétima melhor defesa entre 20 clubes - tomou 17 gols - o principal mérito da campanha e que impede que o time flerte com a parte de baixo da classificação. É a retaguarda bem organizada que mantém o Ceará competitivo, tanto individualmente - casos de Willian Machado, Bruno Ferreira e Dieguinho - como coletivamente.

O problema é que essa dependência da defesa expõe uma limitação relevante e não por acaso a busca de reforços é nesse setor: o ataque é o quinto pior do torneio, com apenas 17 gols marcados. Em um campeonato longo e equilibrado, a capacidade limitada de criar e transformar oportunidades em gols cobra um preço alto. 

Se quiser ter um segundo turno mais tranquilo e pensando em coisas grandes, o Ceará precisa romper essa barreira. O desempenho defensivo é patrimônio atual, mas não basta para ambições maiores. Sem um salto ofensivo — seja por mudanças táticas, reforços ou mais ousadia — o clube seguirá em um limite que não vai permitir deslizes.